Para o programa de encenações, a MITsp estabeleceu três eixos curadorias: o protagonismo negro, o teatro documentário e linguagens híbridas. Para compor cada um desses recortes, o festival trará obras e artistas vindos de países como Alemanha, Chile, Líbano, Bélgica, África do Sul e também do Brasil — as vendas online se iniciam no próximo dia 16.
A abertura da edição 2017 ficará por conta do espetáculo belga “Avante, Marche!”, que se apresentará no Theatro Municipal de São Paulo no dia 14. Criação dirigida por Alain Platel e Frank Van Laecke, juntamente com o compositor Steven Prengels, integrantes da Cia. les ballets C de la B, a montagem aposta na fusão entre concerto, dança, teatro e performance. No palco, quatro atores e sete músicos serão acompanhados por 18 instrumentistas brasileiros, sob direção do maestro Carlos Moreno. O trabalho põe em cena personagens singulares que buscam se manter unidos num único andamento, e acompanha a história de um trombonista que, por conta de uma doença, precisa se despedir de seu instrumento musical e se recolher para as fileiras de trás da banda.
No recorte destinado a refletir sobre o lugar do artista negro na cena e no mundo contemporâneo, a MITsp apresenta três espetáculos que buscam, a partir de diferentes abordagens estéticas e temáticas, rever processos sociais históricos de exclusão e de racismo e seus reflexos na construção da “persona negra” no âmbito das linguagens artísticas. Entre eles estão a performance “Black Off”(Black Off), de Ntando Cele, da África do Sul, além dos espetáculos brasileiros “A missão em fragmentos: 12 cenas de descolonização em legítima defesa”, direção de Eugenio Lima, e “Branco – O cheiro do lírio e do formol”, com dramaturgia de Alexandre Dal Farra. Ainda complementa a programação o seminário “Discursos sobre o não dito: racismo e a descolonização do pensamento“, com curadoria de Eugênio Lima e Majoí Gongora.
Representante do recorte documental, o libanês Rabih Mroué é a grande aposta da edição 2017, e será apresentado ao público brasileiro a partir de uma pequena mostra de repertório, onde serão encenadas três criações de sua autoria: “Tão Pouco Tempo” (So Little Time), “Revolução em Pixels” (Pixelated Revolution) e “Cavalgando Nuvens” (Riding on a Cloud). Ainda nessa linha curatorial a MITsp apresenta a produção chilena “Mateluna” (Mateluna), escrita e dirigida por Guillermo Calderón, que retorna ao festival três anos depois de apresnetar, em 2013, a peça “Escola”.
Programação
Internacionais
- “Avante, Marche!” (Bélgica), mescla de teatro e dança da companhia belga les Ballets C de la B.
- “Por que o Sr. R. Enlouqueceu?” (Alemanha), da Münchner Kammerspiele, com direção de Susanne Kennedy, inspirada no filme de Fassbinder.
- “Tão Pouco Tempo” (Líbano), peça documental de Rabih Mroué.
- “Revolução em Pixels” (Líbano), peça documental de Rabih Mroué.
- “Cavalgando Nuvens” (Líbano), peça documental de Rabih Mroué.
- “Black Off” (África do Sul), performance-concerto da atriz e cantora Ntando Cele.
- “Mateluna” (Chile), espetáculo documental do diretor e dramaturgo Guillermo Calderón.
Nacionais
- “Para que o Céu Não Caia”, da Lia Rodrigues Companhia de Danças.
- “A Missão em Fragmentos: 12 Cenas de Descolonização em Legítima Defesa”, dirigido por Eugenio Lima.
- “Branco – O Cheiro do Lírio e do Formol”, com dramaturgia de Alexandre Dal Farra.
Serviço
4ª MITsp
Quando 14 a 21 de março
Onde Theatro Municipal, unidades do Sesc e outros espaços
Ingressos à venda a partir de 16/2 (nos site sescsp.org.br, ingressorapido.com.br e compreingressos.com ) e, a partir de 17/2, nas bilheterias.
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Por Luis Felipe Reis em O Globo e MITsp.