O conhecimento de Grillo se consolidou no contato direto com a natureza. Após estudar o comportamento das árvores nativas por conta própria, passou a cultivar milhares de mudas no viveiro que hoje doa – ou vende, a depender da quantidade – aos moradores de sítios próximos, de quem ficou amigo. “Eu nasci para ter uma floresta. É a minha missão na Terra”, crava.
“Meu pai cortou muitas árvores por aqui para a passagem das estradas. Naquela época, achávamos que a mata nunca ia acabar. E agora sabemos que pode acabar, sim. Depois do Mig (como é conhecido Grillo entre amigos), que me ensinou tanto, passei a reflorestar em vez de criar gado. Estamos fazendo várias pessoas mudarem de ideia”, diz a agricultora Daisy Takasawa, de 58 anos, nascida e criada em Joanópolis.
Desde 1985, ela mora em um sítio vizinho ao de Grillo, mas somente no ano passado começou a plantar mudas de árvores nativas no local.
Outro vizinho também engajado nas questões ambientais, o engenheiro e administrador de empresas Francisco de Cunto, de 60 anos, está na região há 11 anos. Ele estima que, juntando os sítios, pelo menos 100 mil árvores foram plantadas nos últimos sete anos na região de Joanópolis. “Os resultados foram surpreendentemente rápidos. Não são meus filhos que vão ver. Eu já estou vendo.”
***
Por Juliana Diógenes em O Estado de S. Paulo.