Terry Gilliam – ‘O Onírico Anarquista’, ganha mostra retrospectiva abrangente no CCBB

Via CCBB.

Começa nesta semana a Mostra Terry Gilliam – O Onírico Anarquista, a mais abrangente retrospectiva já feita no Brasil da obra do cineasta, ator e animador americano. A mostra totalmente gratuita acontece no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo entre os dias 6 de abril e 2 de maio, presencialmente, e contará com 28 produções e on-line serão exibidos 3 filmes, dois deles com recursos de acessibilidade, além das atividades paralelas como palestra, debate e curso. 

Sobre a Mostra

Ilustração: Rafael Coutinho / CCBB.

Com curadoria do diretor, produtor, roteirista, escritor e crítico de cinema Eduardo Reginato e do cineasta e editor Christian Caselli, a mostra resgata toda a trajetória de Gilliam, que começou sua carreira como animador e cartunista, mas foi no cinema e televisão, tanto como diretor, roteirista ou ator, que se destacou. Aos 81 anos, e mais de 30 créditos de atuação e roteiro, além de outros 20 na direção, o americano radicado na Inglaterra fez parte da icônica trupe Monty Python, com a qual fez um de seus longas mais famosos: “Monty Python em Busca do Cálice Sagrado” (1975).

O Monty Python reconta a lenda do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda na busca pelo Cálice Sagrado. Imagem: Divulgação.

Terry Gilliam – O Onírico Anarquista, no entanto, não se restringe aos longas do cineasta. Com o intuito de fazer um grande panorama de sua carreira, apresentará curtas raros, como “Storytime“, de 1968, sua primeira incursão na direção de cinema. Ao todo, serão 5 curtas, além de documentários sobre Gilliam e sua obra, como “Life of Python”, de Michael Redhead, e “Perdido em La Mancha”, de Keith Fulton e Louis Pepe, cujo tema é a primeira tentativa do diretor de filmar “O Homem que Matou Don Quixote”, em 2000, e se transformou num verdadeiro pesadelo. O projeto só saiu do papel definitivamente quase duas décadas depois.

Gilliam no set de “Brazil”.

Considerado um cineasta cult, Gilliam concorreu ao Oscar em 1986, pelo roteiro de “Brazil”, que escreveu com Tom Stoppard e Charles McKeown. No Festival de Cannes, ele exibiu “Medo e Delírio” (1998), e, em Berlim, “Os 12 Macacos” (1996). Em 2005, ganhou um Leopardo de Honra, no Festival de Locarno.

A obra de Gilliam é marcada pela inventividade e o surreal, não por acaso, boa parte de seus filmes parecem se passar num mundo onírico – ou de pesadelo. Único americano do Monty Python, ele também é conhecido pelo humor ácido e a crítica ao mundo contemporâneo por meio do realismo fantástico, capaz de criar imagens poderosas, como os voos de Sam Lowry, em “Brazil – O Filme”, ou o universo delirante do Dr. Parnassus, no filme de 2009.

Segundo Eduardo Reginato, Gilliam é fascinado pelo período Barroco por conta da pronunciada luta entre espiritualidade e ecletismo dicotômico. A partir disso, seu cinema combina elementos, antagônicos, como o belo e o feio, o antigo e o moderno. “Os filmes de Gilliam têm uma aparência distinta, não apenas em mise-em-scène, mas ainda na fotografia para criar uma atmosfera surreal de inquietação psicológica e um mundo fora de equilíbrio, sendo frequentemente usados ângulos incomuns de câmera. O famoso crítico americano Roger Ebert disse que o mundo de Gilliam é sempre alucinatório em sua riqueza de detalhes”, explica.

No ano de 2035, James Cole (Bruce Willis) em cena de “12 Macacos”.

Além disso, o cineasta traz em sua obra um tom de distopia moderna, o pesadelo da contemporaneidade soterrada sob burocracia e opressão. “São imensos cenários, uma arquitetura abrangente, decadente e opressora, são essas as representações fílmicas de Gilliam: dos sistemas infinitos e burocráticos, das instituições que aniquilam a liberdade do indivíduo, mas onde o indivíduo ainda tem uma última possibilidade de sonhar ou lutar tentando destruir um sistema autocrático”, diz Christian Caselli.

Filmes com exibição on-line

O acesso é gratuito via plataforma Wurlak.com.br.
Para assistir aos filmes basta acessar o endereço da plataforma e clicar na imagem do cartaz. Não é preciso cadastro.
Disponível de 12 de abril, 13h, até 02 de maio, 23h59.

Johnny Depp vive uma história real do jornalista americano Hunter S. Thompson em “Medo e Delírio” de 1998.

Serviço

Mostra Terry Gilliam – O Onírico Anarquista.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil.
Período: 6 de abril a 2 de maio.
Ingressos: Pelo site bb.com.br/cultura e na bilheteria.
Gratuito.
Classificação indicativa: De acordo com cada filme.
Confira a progamação: https://ccbb.com.br/sao-paulo/programacao/terry-gilliam-o-onirico-anarquista/

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, Triângulo SP, São Paulo–SP.
Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô.
Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 19h, exceto às terças.
Informações: (11) 4297-0600.

***
Com informações CCBB. Edição: São Paulo São.

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