Arie Halpern: deficiências na educação comprometem competitividade digital

O Brasil permaneceu na 51ª posição no ranking de Competitividade Digital 2021, mesma classificação obtida no ano anterior. A novidade, na quinta edição do ranking, é que melhoramos nossa colocação no quesito “Conhecimento”, devido ao avanço na concentração científica e em treinamento. A análise se debruça também sobre outros dois indicadores: tecnologia e prontidão futura.

Elaborado pelo International Institute for Management Development – IMD, em parceria com a Fundação Dom Cabral – FDC, a análise compara 64 países em relação às condições para adotar, criar e promover tecnologias digitais nos setores público e privado. Em 2021, o levantamento reforçou a importância da adaptabilidade às novas ferramentas virtuais, que minimizaram o impacto do distanciamento social provocado pela pandemia da Covid-19.

ranking revela que o Brasil avançou em indicadores como conhecimento e tecnologia. Porém, recuou na análise que mede o nível de preparo da economia para incorporar inovações, o que é identificado como prontidão futura. Nesse quesito, a forma como o país lidou com os efeitos econômicos e sanitários da pandemia e a ocorrência de ataques cibernéticos também pesaram. No ano passado, o país ficou em 5º lugar na incidência de ransonware e registrou redução no número de assinantes de serviço de banda larga, que passou de 89,2% da população para 75,7%, em grande parte devido ao reflexo econômico da Covid-19.

Educação e mão de obra qualificada são obstáculos a superar

A análise evidencia questões como, por exemplo, a deficiência na educação. A implementação de recursos de tecnologia ainda é um desafio para as escolas. De acordo com um levantamento realizado em junho de 2021 pela Fundação Lemann, apenas 3,2% das escolas brasileiras possuem acesso à internet em padrão internacional, ou seja, com velocidade adequada.

Outro obstáculo é a falta de capacidade do país para atrair e reter mão de obra qualificada. No relatório de Competitividade Global de 2021, também elaborado pelo IMD, o Brasil ficou em 44º lugar entre 64 países no quesito fuga de cérebros.

Entre os aspectos positivos, a análise destaca o aumento do investimento no setor de telecomunicações e, especialmente, o leilão da frequência 5G no fim do ano. Com isso, o país compensou parte das dificuldades e limitações mantendo sua posição inalterada.

O ranking de Competitividade Digital é liderado pelos Estados Unidos. Entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil ficou à frente somente da África do Sul. Já entre as nações da América Latina, ficou em 2º lugar, atrás do Chile.

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