Empreendedorismo feminino se destaca no setor de cosméticos

Os setores de beleza e cosméticos, de alimentação e bebidas, e de artesanato e vestuário são os preferidos pelas mulheres empreendedoras brasileiras. Esta é uma das conclusões da pesquisa “Empreendedoras e seus Negócios 2023“, feita pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME). 

Na comparação com dados sobre empreendedores homens, o setor de alimentação e bebidas é o que equipara os dois gêneros, já que este é o ramo preferido por 20% das mulheres participantes da pesquisa e por 21% dos homens. No entanto, o setor de beleza e cosméticos é o que apresenta clara predominância feminina, sendo a segunda atividade preferida por elas (15% das entrevistadas), enquanto a segunda preferida dos homens é tecnologia e informação (11%), seguido por transporte e veículos.

Outro dado da pesquisa que ajuda a traçar um perfil do tipo de negócio das empreendedoras brasileiras é a motivação para abrir o próprio negócio. Segundo a pesquisa do IRME, 40% das mulheres empreendedoras abriram seu negócio por “oportunidade”, e 55% por “necessidade”. A pesquisa entrevistou 3.855 mulheres.

Fabiana Alves é CEO da HB Health & Beauty e conta que, após começar seu próprio empreendimento, tem acompanhado o aumento da participação feminina no setor de beleza. “Muitas mulheres têm criado suas próprias empresas nesse setor, comprovando que é possível empreender e inovar em um mercado altamente competitivo como este”, avalia a CEO.

Além das motivações comuns de “oportunidade” e “necessidade” identificadas na pesquisa do IRME, Fabiana aponta uma motivação particular das mulheres que empreendem no setor de cosméticos. “Como consumidoras, nós, mulheres, temos uma compreensão mais clara e, ao mesmo tempo, profunda das necessidades e desejos do público feminino. Esse lugar de fala nos dá uma perspectiva única, que tem feito com que as empresárias e empreendedoras se destaquem neste mercado”, conta.

Entre as empreendedoras participantes da pesquisa, predominou o otimismo em relação ao negócio próprio. Oito em cada dez delas desejam e acreditam que suas empresas vão evoluir em 2024. No caso do setor de atuação de Fabiana, a empresária associa esse otimismo a uma tendência dos consumidores de cosméticos em preferir produtos e campanhas mais realistas e próximos do público, o que empreendedoras mulheres conseguem oferecer, diz a empresária.

“As consumidoras estão dispostas a investir mais em produtos com resultados possíveis, visíveis e naturais, em vez de favorecer aspectos mais superficiais, como marcas com celebridades embaixadoras. A tendência emergente de simplicidade com foco em resultados naturais mostra a preocupação com a qualidade dos ingredientes, a eficácia comprovada dos produtos e a segurança para a saúde”, completa a empreendedora.

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