Quais setores podem se beneficiar das tendências logísticas ao longo deste ano?

A inteligência artificial está se desenvolvendo rapidamente com o uso de algoritmos mais avançados e o design de aplicativos móveis mais eficiente. Esta evolução permite que a logística seja um ponto crucial para o crescimento de diversos setores ao longo deste ano, como o varejo, mercearias e as chamadas dark stores – centros de distribuição focados em e-commerces.

As empresas de entregas rápidas são um dos elos cruciais dentro da rota do e-commerce. Elas são as encarregadas de bater à porta do consumidor com o produto adquirido, e precisam ser capazes de decifrar os “sentimentos” do cliente antes da experiência de compra – definindo as tendências em termos de logística.

“Atualmente, o prazo de entrega é um dos principais motivos pelos quais um cliente decide converter um produto virtual que está no carrinho de compras de um site para uma realidade dentro de sua casa. Ele prioriza as entregas expressas de tal forma que se compromete a pagar uma taxa extra desde que os produtos cheguem às suas mãos com mais rapidez e segurança”, explica Bruno Sá, Country Manager da Borzo (ex-Click Entregas).

Compras online se tornam um hábito

O modelo de compras online atualmente não possui a mesma percepção de antes da pandemia, já que com o confinamento, as pessoas adaptaram a média dos custos econômicos e até de saúde relacionados à ida às lojas – principalmente por conta de aprimoramentos no comportamento das empresas, que faziam entregas sem contato, por exemplo.

Estudos indicam que a incerteza de receber os produtos desencorajava as compras online, percepção que mudou – apesar do aumento nas reclamações por conta do aumento do fluxo de entregas. Mesmo assim, agora os consumidores consideram abastecer a despensa ou pedir comida em casa para economizar com os custos de transporte, combustível, ou mesmo pela comodidade de acompanhar o melhor preço e o local onde está disponível o produto desejado, tudo isso sem sair de casa.

Para que as diferentes empresas consigam convencer o cliente a fechar uma primeira compra – e para que esta se torne o início de uma relação de fidelização – a escolha do serviço de entrega se tornou fundamental. Os custos de envio são importantes, mas podem ser alterados quando as empresas de logística implementam tecnologias que otimizam rotas.

Varejo é o setor mais beneficiado

O varejo continua sendo o líder das vendas online, com crescimento esperado de 30% a 40% em 2022, segundo especialistas da Borzo. Para atingir esse valor, inteligência artificial e algoritmos são implementados em aplicativos de diversas formas, incluindo serviços de personalização de mensagens instantâneas, para que o comprador receba um link a partir do qual possa acompanhar o rastreamento de seus produtos, reduzindo a ansiedade e aumentando a confiança em relação à empresa em que foi feita a compra.

Os aplicativos móveis de logística estão cada vez mais adaptados aos vendedores. Ao aumentar o nível de vendas, eles podem automatizar as rotas de entrega, otimizando custos ao reduzir as transferências, uma vez que os algoritmos rastreiam os locais onde as mercadorias são coletadas e as áreas onde serão entregues. Existem opções de envios a partir de R$ 11,50, com possibilidade de solicitar envios protegidos com valor declarado e reembolsos com valor correspondente a 1% do valor da nota fiscal.

“O atendimento ao cliente é extremamente importante e, ao mesmo tempo em que a facilidade de escolha dos produtos é relevante, as múltiplas opções para efetuar os pagamentos corretamente e o acompanhamento da opinião do cliente são fundamentais. A forma como o cliente recebe seu pedido também é primordial. É aí que a automatização das entregas e algoritmos de roteirização fazem a diferença, além do fato de que entregas expressas completadas em até 2 horas se tornam possíveis com essas tecnologias, reduzindo os custos em até 80% em relação à logística tradicional”, explica de Sá.

Mais setores que precisam de logística eficiente

De todos os setores imersos no e-commerce, os mais interessados em aumentar a eficiência são os do varejo, que apostam no omnichannel. Em um segundo momento, o benefício das entregas expressas atinge a indústria de congelados, por exemplo, cuja cadeia de frios possui operações de alto custo. Com entregas em formato “urgente”, suas operações precisam de agilidade e uma maior movimentação em seu estoque.

Para este ano, o setor de mercearia teve forte impulso, com as entregas rápidas impulsionando os negócios em cerca de 30% a 50%, já que as empresas encontraram uma nova forma de estocar produtos básicos de consumo das famílias no mercado e as compras online possuem custos semelhantes aos identificados em lojas físicas.

Soma-se às tendências apontadas a das dark stores, empresas que não possuem lojas físicas abertas ao público, mas que cumprem os regulamentos das plataformas para atender envios de diversos itens. As “dark kitchens” – restaurantes sem espaços físicos para circulação de consumidores – são as que regem essa área e, como o restante dos envios do setor de restaurantes, segundo estimativas de Borzo, registram uma expectativa de crescimento de três dígitos ao longo deste ano em canais diretos e 15% via vendas da plataforma. Ambos tiveram esse crescimento apoiado por serviços de entregas no período de pandemia.

A aposta em aumentar os serviços logísticos para o varejo também é positiva, com estimativas entre 30% e 40% de crescimento. Outras áreas também possuem estimativas semelhantes, como farmácias e pet shops – cerca de 30% de previsão de acréscimo. Ao conectar produtos, seguindo as tendências de mercado, tecnologia e implementando soluções logísticas eficientes e de custo acessível, como no caso das plataformas de intermediação de entregas, os consumidores seguirão mais interessados em manter uma relação de longo prazo com essas empresas.

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