Pesquisadores estimaram que no ano passado o trânsito de São Paulo custou à cidade algo do tipo 40 bilhões de reais. Isso contabilizando só a gasolina, depreciação dos veículos e oportunidades perdidas. Se acrescentar o fator ambiental, o social e o de saúde (sem contar outras variáveis), o somatório passa de 50 bilhões. Falam que esse custo dobra a cada quatro anos. DOBRA.
Sim, trânsito e mobilidade urbana são problemas de política pública. Mas o preço a se pagar é dividido por todo mundo, governo, sociedade e empresas. E indo para o lado corporativo, temos outros custos: o custo do absenteísmo e o da perda de produtividade são os mais claros. Me digam: alguém pode ser feliz morando na zona norte e indo trabalhar de ônibus na Barra todos os dias?
Mesmo não sendo responsabilidade das empresas, há uma série de ações que poderiam ser feitas por elas de forma a descomplicar essa equação e com isso reduzir perdas e outros custos. Quem disse que empresa só pode funcionar de 8h às 17h ou de 9h às 18h? Eu, por exemplo, prefiro chegar mais tarde e sair mais tarde. E tem gente que prefere o contrário.
- Por que não fazer uma pesquisa com os funcionários e estabelecer turnos alternativos de trabalho?
- Por que não estabelecer um dia por semana de home office ou trabalho remoto (imaginem a redução de estações de trabalho que isso pode gerar!) para TODOS os funcionários?
- Por que não permitir ao funcionário começar o trabalho remotamente e depois ir para o escritório quando já tiver passado o horário de rush?
- Por que não estimular a utilização de transportes alternativos, oferecendo lugar específico para estacionamento e banheiro com chuveiro?
- Por que não estabelecer o escritório em local que seja de fácil acesso para a maioria?
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Julianna Antunes, especialista em planejamento estratégico para a sustentabilidade e novos modelos de negócio através da sustentabilidade. Mantém e edita o blog Sustentabilidade Corporativa.