” Para Marcello Dantas, diretor de programação da Japan House, ambicioso projeto do Ministério das Relações Exteriores do Japão que conciliará arte, tecnologia e negócios em edifício projetado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, a avenida “está sob um processo de ressignificação e revalorização”.
“Poucas cidades do mundo têm essa concentração de equipamentos culturais. Com as três instituições, São Paulo ganha sua praça criativa, sua ilha de museus, como existe em cidades como Nova York e Berlim.”
Bulevar
Com isso, a Paulista ganha ao menos 15 novas exposições por ano, espalhadas pelas três instituições, além de mais de uma centena de eventos, entre seminários, oficinas, espetáculos e concertos, e um provável bulevar.
Isso porque Sesc Paulista e Itaú Cultural, edifícios vizinhos, cada um numa esquina da rua Leôncio de Carvalho, propuseram à prefeitura o fechamento de parte da via para a criação de um calçadão com iluminação e mobiliário urbano. O projeto, já avalizado por algumas secretarias, será apresentado ao futuro prefeito João Doria (PSDB).
“Queremos promover a animação deste espaço, respeitando seus usos atuais, para o lazer e a contemplação da população”, explica Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo, cuja nova unidade terá 15 andares e um restaurante na cobertura, com vista para a avenida.
O prédio já abrigou a sede do Sesc, mas estava fechado desde 2010 para reforma. Reabre agora como unidade Paulista, com salas de espetáculos, espaço de exposição e os equipamentos que acompanham os Sesc, a não ser o ginásio e a piscina. A unidade terá atividades com foco no corpo e na tecnologia.
“Vamos propor a formação de um grupo ou uma rede de entidades da Paulista para que possamos defender os interesses não imobiliários nem financeiros nem de gentrificação, mas da cultura como peça de melhoria e transformação da cidade”, diz Miranda.
Corredor
Segundo Lorenzo Mammì, coordenador-chefe de programação do IMS Paulista, a avenida está virando um corredor não só de cultura mas também de práticas sociais. A este segundo ponto, os projetos do IMS e da Japan House prestam tributo especial. Em ambos os casos, os térreos dos edifícios formam praças contíguas com a calçada.
Desde que a Paulista abriu só para pedestres aos domingos, a permeabilidade entre espaço público e privado passou a ser algo desejável. “O prédio traz a rua para dentro do instituto. O desafio é dar conta da transformação da avenida e ser um espaço mais ativo”, diz Mammì.
Projeto: Kengo Kuma e FGMF Arquitetos.
Área: 2.500 m².
Inauguração: 2º semestre de 2017.
Investimento: R$ 100 milhões.
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Instituto Moreira Salles Paulista
Projeto: Andrade Morettin Arquitetos.
Área: 6.082 m2.
Inauguração: julho de 2017.
Investimento: R$ 80 milhões.
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Sesc Paulista
Ex sede do Sesc e da Federação do Comércio, o edifício está em reforma desde 2010 e abrigará uma nova unidade do Sesc com salas de espetáculos, oficinas culturais e espaço para exposições com foco em arte, corpo e tecnologia, além de espaço para leitura e uma área para comer na cobertura Projeto: Königsberger Vannucchi.
Área: 15.807 m².
Inauguração: 2º semestre de 2017.
Investimento: R$ 100 milhões.
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Por Fernanda Mena no Cotidiano da Folha de S.Paulo.