Andando pela cidade, encontros renovam a vida

 

Ao voltar a pé do bairro Liberdade para Higienópolis, a sintonia me fez encontrar com três amigos queridos, numa constatação de que mesmo nesta metrópole é possível viver situações típicas de pequenas cidades.

Ao escolher descer a Tamandaré, na esquina da Antonio Prudente me surpreendi ao ver o Saliba Filho, colega dos tempos em que residia no Ipiranga, naqueles efervescentes anos 1980, período de reconstrução da democracia e da busca de novos caminhos para as expressões culturais em nosso País.

Em 15 minutos de conversa relembramos mais de 30 anos de histórias, nos atualizamos sobre como cada um está hoje, trocamos telefones, e ficamos de marcar um café para dar continuidade ao bate papo. Depois de conectados pelo Facebook descobri as amizades em comum.

Não muito distante, na Santa Madalena, rua que morei por quase 10 anos, revi a Nina Leirner, que descia do carro com o seu violoncelo. Também amiga de mais de três décadas, além de saber que ela continua no mesmo trabalho, que a sua filha mais velha já completou 27 anos, e que ela é avessa a redes sociais, decidimos agendar um encontro em breve com outros dois amigos em comum.

Deixei a Bela Vista e segui em direção à Praça Roosevelt, passando pelo Bixiga. Ao chegar nas proximidades do Copan, segui pela General Jardim. Ao passar em frente ao Jazz B, vejo o casal O Zi e Cristina Manzano, que estava perambulando por ali em direção às atrações da Virada Cultural.

Esses encontros só foram possíveis porque decidi caminhar naquela noite fresca de Sampa. Para ver e ser visto é preciso sair em direção às surpresas que a vida nos reserva. Confio que essas situações não aconteceram por acaso, e que a partir desses acontecimentos “inesperados“ tivemos a oportunidade de renovar os nossos laços de carinho, respeito, cumplicidade e afeto. Por aqui, fico. Até os próximos encontros.

***
Leno F. Silva é diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.

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