Pela proposta, que está disponível para consulta e discussão até o dia 28 de abril, os alunos do 1º ciclo vão aprender a pedalar dentro do ambiente escolar. Já no 2º e 3º ciclos e no secundário os jovens sairão de bicicleta para os ambientes abertos das ruas e ciclovias.
Segundo o governo, um dos objetivos é chegar nos próximos anos aos 20% de mobilidade ativa, ou seja, tornar o caminhar e pedalar como importantes modos de deslocamento nas cidades. Isso porque Portugal ocupa a penúltima posição na União Europeia, quando o assunto é usar a bicicleta como principal meio de transporte.
Este foco nas crianças e jovens em idade escolar quer “criar condições para uma mudança drástica de comportamentos nas novas gerações”. Em resumo: “A educação para a mobilidade ativa e sustentável, e para a cidadania rodoviária será providenciada a partir do pré-escolar, e continuada nos níveis seguintes, incentivando o uso compartilhado e responsável do espaço público.” E essa formação será “teórica e prática”, reforça José Mendes, Secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade. “Hoje vemos muita falta de cidadania viária”, lamenta, e a aposta passa, por exemplo, por “ensinar regras” ou conceitos como “condução defensiva”. Tanto a ciclistas como a futuros condutores de automóveis.
Segurança
Por causa da aposta nos mais novos, está a ser estudado o “alargamento da cobertura do seguro escolar”, havendo a possibilidade de incluir proteção nos acidentes que envolvem alunos que se deslocam para a escola com bicicletas.
Os adultos que não sabem pedalar não ficam, ainda assim, de fora. Haverá um “quadro de referência nacional para ensinar a pedalar”, com “desenvolvimento de competências para pedalar em condições de conforto e segurança, em contexto protegido (nível básico) e em meio rodoviário (nível avançado)”. E aqui será preciso, também, formar e certificar monitores.
Entre os portugueses, existe a percepção de que o país ainda não é seguro para os ciclistas. Os dados da Federação Europeia de Ciclistas (ECF) confirmam: em média, morrem nas cidades portuguesas 600 ciclistas por ano.
Para reduzir os acidentes com pedestres e ciclistas até 2030, o governo – por meio da Estratégia Nacional de Mobilidade Ativa – propõe a construção de 10 mil km de ciclovias, além de aperfeiçoar o Código de Estrada e rever o Regulamento de Sinalização de Trânsito, entre outras medidas.
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Fonte: Público.