Para as duas apresentações no Sesc Pompeia, o grupo receberá no palco importantes nomes da música. A lista inclui Serguei, Tony Campello, Simbas e Luiz Carlini, virtuoso guitarrista do Tutti Frutti, banda de Rita Lee. “O Carlini é crucial para a história do Made in Brazil e especificamente para o rock nacional. Ele também nasceu aqui na Pompeia. Muita gente pensa que ele integrou o grupo, mas a verdade é que o Carlini deu uma contribuição musical enorme para a gente, sabe?”, conclui Oswaldo.
História de peso Com 14 álbuns de estúdio, o Made in Brazil começou a ganhar destaque na história do rock em 1974, quando lançou seu primeiro disco, o homônimo Made in Brazil. Conhecido como “CD da banana” (referência à imagem da capa), o trabalho apresenta o primeiro grande hit do grupo: Anjo da Guarda.
Em 1976, já com Percy Weiss nos vocais, veio Jack, o Estripador. A música-título Jack, o Estripador, além das canções Os Bons Tempos Voltaram e Vou Te Virar de Ponta Cabeça, emplacaram nas rádios e colocaram o grupo em outro patamar. “Fizemos uma curadoria bacana para selecionar o repertório do show. Quando você está há 50 anos na estrada, fica mais difícil escolher as canções. O quesito renovação entra com força. Foi preciso rejuvenescer o público que assistia às nossas apresentações e isso está atrelado ao repertório. Avós, pais e filhos passaram a vir juntos aos shows. Isso é muito bacana, até porque eu toco com meu filho na banda há três anos”, lembra Oswaldo.
Em 1978, entretanto, eles lançam o maior sucesso da carreira, Pauliceia Desvairada. Desta vez, sem Celso Vecchione, afastado por motivos de saúde. O disco, que faz uma homenagem ao poeta Mario de Andrade, teve, entre os principais sucessos, Gasolina, Uma Banda Made in Brazil e a faixa-título Pauliceia Desvairada.
No ano seguinte, em 1979, eles fizeram dois shows homéricos no extinto Playcenter, no festival Rock & Jeans, em São Paulo. A banda se apresentou ao lado da ala de ritmistas da Mocidade Alegre, algo, até então, surpreendente para um grupo de rock. “Eu fico feliz porque o Made não está se arrastando. O Made está vivo. Quem for ver o show do Made, vai ver uma banda afiada, de primeira linha do rock nacional. A gente não é aquela banda que parou e, diante de uma data comemorativa, se juntou para tocar. Somos diferentes”, acrescenta Oswaldo.
Made in Brazil
Sesc Pompeia.
Rua Clélia, 93. Tel.: 3871-7700.
6ª (20) e sáb (21), às 21h30.
Preço: R$ 30.
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Por João Paulo Carvalho no Estadão.