Berlim é líder mundial em mobilidade urbana, segundo o ‘Mobility Futures’; São Paulo, a penúltima de 31 cidades

O estudo é baseado em mais de 20.000 entrevistas com usuários de diferentes meios de transporte e viajantes frequentes em 31 cidades, juntamente com entrevistas detalhadas com 53 dos principais especialistas em mobilidade do mundo. Ele visa ajudar no planejamento e desenvolvimento de transporte urbano em todo o mundo e a moldar estratégias de negócios para novos e já existentes players no setor dos transportes e mobilidade.

O Mobility Futures também deu origem a outros rankings, com São Paulo se posicionando bem em dois deles. Na lista de cidades com os Usuários Mais Conscientes – que mede quantos dos entrevistados usam meios de transporte com taxas baixas de emissão de dióxido de carbono –, a capital paulistana fica em oitavo lugar.

Segundo a análise, as cidades asiáticas lideram o top 10, com Tóquio ocupando o primeiro lugar, seguida por Pequim e Singapura. Isso é causado por uma baixa proporção de motoristas solitários e uma alta proporção de caminhantes, ciclistas e usuários de transporte público. Na Europa, Londres se classifica como a cidade de passageiros mais amigos do ambiente por causa de sua extensa rede ferroviária e subterrânea.

O segundo ranking do Mobility Futures no qual São Paulo se posiciona bem é o de número de apps usados para mobilidade (que incluem serviços de navegação e mapeamento, planejadores de rotas, provedores de compartilhamento de carros, provedores de compartilhamento de bicicletas, provedores de transporte público local). Cada usuário usa em média 4 aplicativos, deixando a cidade em 8º lugar – o que não é necessariamente um sinal de avanço ou não.

As maiores cidades da América Latina estão atrás do resto do mundo no que diz respeito à mobilidade das cidades. São Paulo e a Cidade do México (25º lugar) estão significativamente abaixo da média na análise de Kantar. Infelizmente, isso se traduz em passageiros muito infelizes – com as duas cidades ficando na parte inferior do índice de Felicidade dos Usuários (São Paulo nº 28; Cidade do México nº 30).

Outras descobertas da pesquisa:

Amsterdã (foto) e Copenhague abrigam os passageiros “super-ciclistas” do mundo. Foto: Getty Images.

  • O carro ainda é rei: apesar das crescentes preocupações ambientais, os passageiros ainda amam seus carros por causa do símbolo de status, conveniência ou muitas vezes por necessidade. Globalmente, 39% dos viajantes urbanos dirigem sozinhos para trabalhar – mais do que qualquer outro modo de transporte. E com o transporte público provocando a resposta emocional mais negativa de todos os modos de transporte, não é surpresa que as pessoas estejam optando pela facilidade e conforto de um veículo particular.
  • Amsterdã e Copenhague abrigam os passageiros “super-ciclistas” do mundo, classificados em nº1 e nº 2 no índice do ciclo de Kantar, respectivamente. Pequim vem em terceiro.
  • Os residentes de Tóquio e Manchester são aqueles que mais andam a pé do mundo, com a proporção de passageiros que optam por caminhar para o trabalho atingindo 18% e 16%, respectivamente.
  • O Sudeste Asiático também lidera o uso de aplicativos de viagem. Os residentes de Mumbai e Jacarta usam, em média, mais de cinco aplicativos para navegar dentro e fora da cidade. Na China continental, o número médio de aplicativos é menor que o resto do mundo, já que os fornecedores de compartilhamento de carros e bicicletas já se integraram a outros aplicativos mais amplamente utilizados, como o Baidu, para tornar suas ofertas ainda mais acessíveis.

Os residentes de Tóquio e Manchester são aqueles que mais andam a pé do mundo. Foto: I Love Manchester.

“As grandes cidades do mundo são lugares emocionantes e energizantes para se viver – mas, à medida que as populações aumentam e o ritmo da vida se intensifica, a mobilidade urbana representa um desafio crescente”, afirma Guillaume Saint, líder global de automotivo e de mobilidade da Kantar. “Nossa pesquisa revela que um dos maiores desafios que as cidades globais enfrentam hoje é afastar os passageiros da conveniência e conforto de seus carros e optar por opções de transporte mais sustentáveis. Compreender os pontos de dor e a resposta emocional das pessoas será essencial para promover uma mudança comportamental significativa.”

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Fonte: Inova Social.

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