Casos bem sucedidos do plano ‘Vision Zero‘ para a melhoria da saúde pública de três cidades americanas

Desde então, o plano tem sido adotado em diferentes cidades do mundo, dando origem a diversos grupos e organizações que têm como meta tornar as ruas locais mais seguros para todos. Uma dessas organizações é a Vision Zero Network, que reúne engenheiros de tráfego, profissionais da saúde, líderes locais e responsáveis por políticas públicas. 

Recentemente, esta rede norte-americana realizou o estudo intitulado O papel central da saúde pública na Vision Zero, que avalia os esforços que estão sendo realizados em Chicago, Nova York e San Francisco para avançar na implementação do plano Vision Zero através de estratégias e ferramentas de saúde pública. Mas do que se trata isso?

A ideia de relacionar o Vision Zero com a saúde pública surge porque, segundo os parâmetros dos EUA, se morrem anualmente 30 mil pessoas devido a uma doença curável, estamos falando, no caso, de uma crise de saúde pública. A quantidade de mortos em acidentes de trânsito evitáveis é a mesma, no entanto, a abordagem em relação a ambos os casos é diferente. Por isso, a organização defende que é necessário “um marco sanitário urgente e uma resposta pública” para que esse problema seja erradicado. 

Chicago

Healthy Chicago 2.0 é um plano elaborado pelo Departamento de Saúde Pública e mais de 130 organizações locais que buscam orientar o trabalho da instituição até 2020. A inclusão das organizações ocorreu pelo fato de estas considerarem os planos de saúde incompletos, ignorando a sensação de segurança das pessoas em relação aos seus bairros.

Assim, decidiu-se incorporar a experiência destas organizações ao Departamento de Trânsito da cidade, para ajudar a identificar os elementos que condicionavam esta situação. Foi reconhecido que as ruas em más condições, a violência e projetos que não estavam focados no usuário não favoreciam a sensação de segurança das pessoas. 

Para reverter a situação, definiu-se o plano Vison Zero como estratégia central do Plan Healthy Chicago 2.0.

Nova York

Foto: NYCDOT / Flickr.

Em 2000, Nova York adotou sua primeira política de Vision Zero. Naquele ano foram registradas 381 fatalidades decorrentes de acidentes de trânsito, cifra que chegou a 701 pessoas em 1990. 

Embora os resultados iniciais tenham sido positivos, mantê-los e melhorá-los ao longo do tempo não seria uma tarefa fácil se não fossem hierarquizadas as prioridades para a implementação do plano. 

Assim, foi realizada uma pesquisa com trabalhadores de diferentes regiões da cidade e concluiu-se que a maioria dos casos de atropelamento e batidas não são simples acidentes, mas eventos que podem ser evitados. 

San Francisco

Foto: Tyler Frisbee.

O Departamento de Saúde Pública da cidade identificou que após um caso de atropelamento ou batida, a polícia nem sempre registrava os detalhes de onde isso havia ocorrido ou quem o havia causado. Cerca de um quarto dos pacientes que sofreram lesões em acidentes de trânsito não foram incorporados à base de dados da polícia. 

Deste modo, a cidade estava deixando de reunir informações valiosas que poderiam ajudar a entender a frequência dos acidentes, os cruzamentos mais perigosos e a gravidade das lesões nos acidentados. 

Assim, os encarregados por implementar o Vision Zero na cidade elaboraram uma nova ficha para coletar os dados dos acidentes de trânsito nos hospitais. 

Baixe o estudo completo em PDF, aqui

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Por Constanza Martínez Gaete no Arch Daily. Traduzido por Romullo Baratto.

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