Para entendermos como é viver em um lugar assim, conversamos com residentes dessas metrópoles, tidas como as mais seguras e estáveis do mundo segundo um ranking da Economist Intelligence Unit.
A lista leva em consideração fatores como segurança pessoal, estabilidade da infraestrutura, saúde pública e segurança digital. Os entrevistados também mostram como viver nessas cidades está longe de ser um tédio.
Junto com Tóquio (nomeada como a cidade mais segura do mundo), Osaka incorpora a tranquilidade que pode ser sentida em todo o Japão. “De maneira geral, trata-se de um país incrivelmente seguro”, afirma o britânico Daniel Lee, fundador da revista de língua inglesa Kansai Scene e que adotou o Japão há 17 anos.
“É tanta segurança que os moradores locais estão acostumados a deixar seus pertences em uma mesa de café enquanto vão fazer seu pedido. É algo impensável em outros países”, diz.
Osaka é conhecida por ser um centro de negócios, onde muitas pessoas trabalham até tarde e voltam para casa no meio da noite. “Mesmo de madrugada, é possível ver executivos nos trens, e os principais terminais estão o tempo todo cheios”, conta Yoshie Yamamoto, que deixou Kyoto há 25 anos e dirige o mais antigo teatro Noh de Osaka.
Para se misturar ao habitantes locais, Yamamoto recomenda se instalar em algum bairro central, como Ikuno ou Abeno, onde são comuns as tradicionais casas compridas (ou nagaya). “São lugares relativamente baratos e que são habitados há anos pelas mesmas pessoas. Se conseguir fazer amizade com os vizinhos, você vai ter a chance de experimentar o verdadeiro espírito de Osaka, cheio de afeto e calor humano”, afirma.
Amsterdã, Holanda
Com menos de 1 milhão de habitantes, Amsterdã é relativamente pequena em comparação a outras cidades na lista da Economist Intelligence Unit.
A cidade também tem um clima relaxado. “Eu me sinto incrivelmente seguro aqui”, afirma Toni Hinterstoisser, gerente de um grande hotel e que adotou Amsterdã após ter deixado Nova York, há três anos. “As pessoas têm uma mentalidade mais aberta e ninguém se agita por bobagem.”
Enquanto todos os bairros são considerados seguros, os que ficam mais ao sul, como De Pijp ou Oud-Zuid estão mais na moda. O bairro de Oud-West fica a apenas 2 quilômetros do centro e perto do Vondelpark, o maior parque da cidade.
Sydney, Austrália
Apesar de ser a maior cidade da Austrália, a cultura de vizinhança de Sydney mantém a sensação de segurança entre seus habitantes.
“Nós tomamos conta uns dos outros”, diz Richard Graham, nativo de Sydney e proprietário de uma empresa de turismo local. “Se alguém tem um jeito suspeito, nós avisamos nossos vizinhos e logo depois todos já sabem que precisam tomar cuidado.”
A cidade recentemente adotou um plano para investir US$ 15 milhões por ano na melhoria de calçadas e cruzamentos, para incentivar que as pessoas andem mais a pé.
Para a argentina Victoria Moxey, que escreve para o guia local Urban Walkabout, a iniciativa está ajudando a melhorar a segurança.
“As ruas estão sempre cheias de gente nos cafés, passeando com o cachorro ou simplesmente explorando a cidade”, conta Moxey. “Sydney é um lugar onde quanto mais você anda pelas ruas, mais você se sente parte da comunidade.”
Muitos estrangeiros escolhem morar em Potts Point, a 3 quilômetros do centro, onde apartamentos no estilo art déco e vários cafés garantem um clima nova-iorquino.
Outro bairro preferido é Surry Hills, que tem os melhores restaurantes e bares da cidade, atraindo hipsters e foodies.
Já as regiões de Waverly, Bronte e Rose Bay proporcionam uma autêntica vida de praia australiana.
Cingapura
Esta cidade-estado asiática leva a sério a aplicação da lei, o que faz com que ela seja uma das mais seguras do mundo.
A indiana Rinita Vanjre Ravi, cofundadora do guia BonAppetour, de restaurantes em Cingapura, acredita que o policiamento bem remunerado faz uma grande diferença na vida local. “Os policiais daqui estão satisfeitos com seus salários e realmente se concentram no bem-estar da população”, afirma.
Para a empresária, os habitantes de Cingapura são bastante honestos, por causa das rígidas punições a crimes. “Você pode deixar sua bolsa em uma mesa tranquilamente, sabendo que ela vai estar lá quando voltar. Os moradores sabem que existe um alto risco de serem flagrados roubando”, comenta.
Ainda assim, Cingapura é bastante populosa, o que impõe certos desafios aos cidadãos. Os locais recomendam morar o mais perto possível do trabalho, para evitar longas horas no transporte.
Um dos bairros mais procurados do momento é Tiong Bahru, localizado no centro e com uma variedade de lojas e restaurantes badalados. Já os mais endinheirados preferem apartamentos em Duxton Hill, a 2 quilômetros do centro e conhecido por seus prédios coloniais.
Estocolmo, Suécia
A localização no norte da Europa traz algumas vantagens para a vida na capital sueca, como os longos dias de verão. A luz natural da cidade, juntamente com um centro muito bem iluminado durante os meses de inverno, contribuem para uma sensação de segurança nos lugares públicos.
“Tenho dois filhos pequenos e Estocolmo é maravilhosa para crianças”, afirma Kat T., que trocou Londres pela capital sueca e escreve o blog An English Mamma in Stockholm. “Os parquinhos ficam longe do trânsito e há muitas áreas verdes bem no centro da cidade.”
O ritmo mais calmo de Estocolmo, em comparação com o de outras capitais europeias, também pode ser uma bênção, segundo Kat. “A cidade tem um clima dinâmico e sofisticado, e os suecos são sempre os primeiros a experimentar novidades, principalmente em tecnologia”, conta.
Instalar-se em bairros mais afastados do centro pode ser uma boa maneira de economizar, principalmente em lugares como Kungsholmen e Sodermalm, este cheio de antiquários e galerias de arte vanguardista.
As áreas próximas ao mar foram recentemente reformadas e têm atraído amantes de uma vida mais ecologicamente correta.
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