Está aberta a temporada de caça ao propósito. Por todos os lados tem alguém falando sobre propósito como se fosse a grande salvação. A insistência sobre o assunto nos faz pensar se precisamos nos preocupar ou se é mais um termo utilizado por alguma estratégia de marketing para vender uma solução milagrosa para nossas vidas.
Com efeito, o assunto começa a fazer parte do dia a dia das pessoas. É comum nas rodas de conversas pessoas preocupadas em saber quais seriam seus propósitos, e se de fato precisariam de um para seguir em frente.
Outra palavra que nos persegue no momento é o foco!
Muitos artigos voltados para o desenvolvimento humano sugerem que se entendermos nosso propósito e focarmos em um resultado específico conseguiremos mais facilmente atingir nossos objetivos. Simples assim.
Mas, … então, porque é tão desafiador determinar nossos propósitos, e consequentemente focar em nossas realizações?
Pois bem, vamos usar o ato de fotografar, para investigarmos um pouco mais.
O que será que nos desperta o desejo de sacarmos nossos aparelhos do bolso para arriscar uma cena onde quer que estejamos. O que nos move?
Obviamente que a tentativa de simplificar este entendimento necessariamente não tem a intenção de tornar esta investigação simplista. Nosso papel aqui é criar aproximações.
Voltemos então a fotografia:
Vamos imaginar que nos movemos pelo desejo de compartilhar nossas imagens, a este desejo daremos o nome de propósito (intenção):
Estamos andando na cidade e diante de nós uma cena nos chama atenção e então quase como num reflexo lá vamos nós procurar uma melhor posição para a realização da fotografia, nos movimentamos para frente ou para trás, para um lado e para o outro, e, pronto, click. Imediatamente podemos conferir, se não estivermos satisfeitos e ainda houver possibilidade repetimos a operação até nos contentarmos com o resultado, e imediatamente compartilhamos entre nossos amigos em uma rede social, certo?
Vamos lá, se nossa intenção era publicarmos a imagem compartilhando em alguma rede social, bingo! conseguimos.
Mas e o foco?
O fato de estarmos voltados para nosso propósito, nos permitiu buscar o melhor enquadramento, checar a nitidez, fazer a foto e compartilhá-la. O foco foi a nossa ferramenta.
Em algum momento paramos para pensar no processo que envolve o ato de fazer uma simples imagem para compartilhá-la em uma rede social?
Os processos em nossas vidas não são diferentes.
Nosso propósito é o que desejamos para nós mesmos, e o foco é o motor que utilizamos para alcançá-lo.
Mas, como saber qual o nosso propósito?
Quem sabe se fecharmos nossos olhos e começarmos a imaginar como gostaríamos de estar daqui a 1, 2, 5 ou 10 anos …
Qual imagem vemos?
Quais as cores?
Quais os cheiros?
O que mais?
Como nos sentimos visualizando isso?
É real?
E se for real, o que precisamos começar a fazer para colocar nosso foco a serviço do compartilhamento dessa imagem?
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Adi Leite é Life & Career Coaching certificado pela sociedade brasileira do coaching, fotógrafo e jornalista. Escreve quinzenalmente no São Paulo São como colunista.