‘Comunidades Imaginadas’: nacionalismo e colonização em cartaz na 21ª Bienal Sesc_Videobrasil

Antes apresentada no Sesc Pompeia, a mostra chega ao Centro da cidade com obras de 55 artistas de 28 países, entre vídeos, pinturas, fotografias e instalações ligadas a comunidades diversas, como indígena, refugiados e religiosas.

Criado em 1983 – e tendo desde 1992 o Sesc como correalizador – o Videobrasil tem se transformado para atuar sempre de forma inovadora em torno da arte e da imagem em movimento: quando a videoarte apenas surgia na cena brasileira, criou o primeiro festival voltado à modalidade e participou de sua consolidação e de sua incorporação pelo circuito artístico amplo.

Mais tarde, abriu-se a outras manifestações da arte eletrônica em diálogo com o universo das instalações e a performance, entre outros desdobramentos e, desde 2011, passou a abranger todas as linguagens artísticas contemporâneas.

Comunidades Imaginadas

'Dirigindo até o Fim do Mundo', obra de Erin Coates exibida na 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil. Imagem: Divulgação

A partir de diferentes matizes, o nacionalismo retorna como chave para a compreensão das disputas que moldam este nosso tempo, deixando no ar a pergunta sobre a duração e o alcance desse novo ciclo regressivo.

Nesse contexto, a 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Comunidades imaginadas toma de empréstimo o título do clássico estudo de Benedict Anderson sobre o nacionalismo para investigar como poéticas oriundas do Sul vêm elaborando o fenômeno. Sem abandonar o foco geopolítico, a equipe curatorial da 21ª Bienal, formada por Gabriel Bogossian, Luisa Duarte, Miguel López e Solange Farkas, pretende alargar o repertório de questionamentos e ampliar a diversidade das vozes que ouvimos. Contempla, desse modo, comunidades sem Estado, povos originários, comunidades religiosas, místicas ou refugiadas de seus territórios originais, comunidades fictícias, utópicas, clandestinas ou aquelas constituídas nos universos subterrâneos de vivências sexuais e corpos dissidentes.

Mudanças conceituais

Ga Bose Gangwe | Mohau Modisakeng. Foto: Divulgação

A favor de um posicionamento mais nítido no cenário global das artes, e sem descuidar das mudanças em curso no nosso contexto local, adotamos de agora em diante o nome Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. Com o dinamismo e a originalidade que o caracterizam, o Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil chega a uma nova fase, integrando-se aos propósitos e ao calendário internacional de Bienais.

"Percorrer o tempo e ver as mesmas coisas". Óleo sobre tela de André Griffo.

Mudanças a parte, permanece inalterado o estimulo à produção artística fora do sistema mercadológico, a geração de conteúdo reflexivo por meio de seminários, debates e publicações, as iniciativas de formação de público e o incentivo a uma troca concreta entre os artistas. Com abertura em outubro de 2019, a 21ª edição acontece no Sesc 24 de Maio e no Galpão VB e se desdobra em três plataformas curatoriais – exposição + programa de filmes, programas públicos e publicação –, cada uma a cargo de um curador convidado.

Uma programação paralela à mostra propõe ainda atividades como performances, debates e exibições de filmes. Clique aqui para acessar o site oficial do evento.

Serviço

Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil
Sesc 24 de Maio – Rua 24 de Maio, 109, Centro; tel.: 3350-6300.
De ter. a sáb., das 9h às 21h; dom. e feriados, das 9h às 18h.
Até 2/2/2020.
Grátis. 

***
Fonte: Sesc_Videobrasil

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