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Então, é Natal
O Facebook me “presenteou” com um vídeo no qual reuniu “aleatoriamente” os meus melhores momentos deste ano.
O Facebook me “presenteou” com um vídeo no qual reuniu “aleatoriamente” os meus melhores momentos deste ano.
Público assiste ao show de Caetano Veloso e seu filhos Moreno, Zeca e Tom, no palco do vale do Anhangabaú. Foto: Marcelo Justo/UOL.Tira-se a Virada Cultural do centro, que pode parecer um lugar “neutro”, visto das periferias.
Aparentemente para valorizar outro espaço, periférico, sabe-se lá com que plano de negócios imobiliários. Sim, o autódromo também é periferia, mas sem galera. Com muros. O que desvaloriza o centro é a invasão da galera das periferias, aliada aos craqueiros lá instalados no seu abandono crônico. Esse o raciocínio político da nova gestão.
É verdade que muitos investimentos foram feitos no centro nas últimas décadas - da Sala São Paulo à Pinacoteca, passando pelo Museu da Língua Portuguesa e Estação da Luz, pela recuperação do velho prédio dos Correios, etc - mas esses esforços não lograram ainda o efeito esperado: a valorização imobiliária que atrairia a turma do Sr. Romeu Chap Chap, o nosso Bob-construtor. Dizem alguns urbanistas que o erro do projeto foi não integrar os dois lados do Vale do Anhangabaú, deixando de criar a “sinergia” necessária. E haveria também um segundo passo a ser dado, com a “boulevarização” das marginais dos rios. Sei lá…
Para evitar a integração social indesejada pelos ricos, cria-se a desintegração viária. Como chegar da periferia-da-galera ao autódromo? Ou, se preferirmos outro exemplo, ao shopping Cidade Jardim - uma integração comercial dos jardins América, Europa e Paulista, desintegrada da cidade? Em outras palavras, a mobilidade dos pobres é uma ameaça à cidade dos ricos, e o que parece nos dizer a prefeitura é que prefere abdicar ao centro, entregando ao povaréu os investimentos passados, inclusive o abjeto minhocão, mudando o eixo de valorização da cidade. Em outras palavras, promove uma desigualdade programada.
Vista geral do bairro de Higienópolis, na década de 1930, o primeiro a ter saneamento básico em São Paulo. Foto: São Paulo Antiga.Essa duplicidade expressa o abandono da cidade, enquanto totalidade social, pelo poder público. O que este não podia pretender é que a integração logística promovida por linhas de ônibus, corredores, metrô, tão necessária para o deslocamento diário dos trabalhadores confinados nas periferias, deixasse intacta a percepção da cidade.
A consciência de que as ruas, os ônibus, as praças, são “da cidade” e, portanto, “nossos”, acabou se sobrepondo à segregação espacial do centro, das periferias, dos bairros ajardinados. Ao ideal de “higienopolização” contrapõe-se a noção de “ocupação”. Não a ocupação de algo que seja “dos outros”, mas o uso do que é “nosso” numa extensão que só cresce. Esse embate só tenderá a se agudizar nos dias que virão.
Está em curso uma nova percepção de habitantes da cidade. Não somos mais apenas as famílias recolhidas em casa, vendo TV, mas os usuários das ruas e praças em nossos desejos singulares de convivência. Unem a música, as atividades de gênero, os mutirões (como plantar onde não há verde), as reivindicações políticas diante de um Estado corrupto e ineficiente, as feirinhas de todo tipo e assim por diante. Desapareceu aquela São Paulo onde não havia onde ir nos finais de semana, salvo ao cinema, ao Ibiraquera e ao restaurante.
A rua era de apenas uma mão. Estava atravessando e olhei para o único local por onde poderia vir os carros e atravessei.
É com imenso prazer que anunciamos a estreia do consultor e escritor francês, Pascal Launay, como novo colunista desse portal. Conhecido por sua visão inovadora para a gestão de recursos humanos, Launay é um respeitado especialista em direito econômico e social. Militante de causas que promovem o desenvolvimento e o progresso humanos, aconselha e orienta, voluntariamente, empreendedores na criação e gestão de empresas.
Elis Regina se foi em 19 de janeiro, no mesmo dia em que a minha mãe morreu, só que três anos mais tarde, em 1982. Saudades das duas.
Uma das maiores sacanagens do capitalismo, em minha opinião, é criar necessidades. Ou seja, fazer você acreditar que precisa de alguma coisa e então passar a não viver mais sem ela. Outra, pior ainda, é conseguir convencer as pessoas de que algo antigo, durável e que funciona perfeitamente na verdade é obsoleto e portanto deve ser substituído. Ambas as situações ocorreram com os filtros de barro no Brasil.