O Banco do Estado de São Paulo SA no final da década de 1930 passava por um período de grande expansão e sua Diretoria planejava transferir-se para um edifício mais condizente com as dimensões alcançadas pela Empresa.
A Diretoria então adquire um terreno na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, onde constrói seu edifício-sede (hoje Loja Casas Bahia). No entanto, sua localização era distante do centro bancário da cidade, compreendido pelo triângulo formado pelas ruas São Bento, Quinze de Novembro, Direita e adjacências.
A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo possuía o Edifício João Brícola, na Rua João Brícola. Entrando em entendimentos - Irmandade e Diretoria do Banco permutam os prédios. A Diretoria do Banco adquire mais três prédios na Rua Boa Vista. Todos são demolidos e inicia-se a construção do Edifício-Sede, no remate da Avenida São João, na confluência da Praça Antônio Prado com a Rua João Brícola e com saída para a Rua Boa Vista.
Projetada em 1939 por Plínio Botelho do Amaral e construída pela empresa Camargo & Mesquita, a obra levou oito anos até ser inaugurada em 27 de junho de 1947.

Com mais de meio século, o edifício teve poucas alterações externas: passou por limpezas, recomposição de trechos da fachada, ganhou nova iluminação e a instalação do logotipo luminoso no alto da torre.
Seu interior, ao contrário da parte externa, sofreu várias alterações que exigiram, no ano de 1990, a intervenção do Museu Banespa, com a elaboração do Projeto de Preservação do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Artístico do Banespa, tombando algumas áreas do edifício. O objetivo do tombamento foi o de preservar a memória cultural da história do Banespa e evitar futuras reformas ou modificações que venham a implicar na alteração das características originais do edifício. No ano de 2000 o Banespa foi privatizado, sendo vendido ao Banco Santander Brasil.
O quinto andar, usado para abrigar a presidência e diretorias, foi todo revestido em madeira jacarandá paulista, executada pelo Liceu de Artes e Ofícios. Foto: Divulgação.Parte de seus interiores e seu rico acervo de objetos históricos foram preservados pelo Condephaat no ato de tombamento. A partir de 2000, o Banco Santander Brasil assumiu a preservação desse acervo. Além disso, o edifício é um ícone da cidade e sua memória construtiva e o ponto mais alto da pirâmide de prédios visíveis das zonas Leste, Oeste e Norte.
Altino Arantes Marques nasceu em Batatais, Interior do Estado, a 29 de setembro de 1876. Formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, iniciou na carreira política como deputado federal em

Primeiro Presidente brasileiro do hoje extinto Banco do Estado de São Paulo (Banespa), fundado em 1909, e que foi comandado por acionistas franceses até sua gestão, também ocupou o cargo de décimo Governador do Estado de São Paulo entre 1916 e 1920. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e presidente da Academia Paulista de Letras. Combateu ao lado dos paulistas durante a Revolução de 1932, sendo exilado em Portugal após a derrota dos rebeldes, voltando ao Brasil em 1934.
Membro da Constituinte de 1945 e candidato a vice-presidência da República em 1950, morreu na Capital, a 5 de julho de 1965, aos 89 anos.
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Por Moacir Assunção, mestre em História Social pela PUC-SP e autor de 12 livros. Jornalista, trabalhou nos principais veículos da imprensa.
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