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A história da capital armênia, Erivan, remonta à fortaleza Erebuni, construída durante o Reino de Urartu, em 782 a.C. – o que a torna uma das cidades mais antigas do mundo. Sua arquitetura é predominantemente marcada pelos anos em que foi república soviética, entre 1920 e 1991. O plano geral e alguns dos principais símbolos da cidade datam de 1924 e levam a assinatura do arquiteto Alexander Tamanyan, nascido na Rússia. Sua obra mais importante é o edifício da ópera, cujo projeto foi premiado no Gran Prix em Paris, em 1937. O local é um dos mais procurados pelos turistas.
A ideia nasceu na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou e esculpiu o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai.
Nos Estados Unidos, a garota Sonora Smart resolveu criar o Dia dos Pais em 1909, motivada pela admiração que sentia por seu pai, o veterano da Guerra Civil William Jackson Smart. A data escolhida para a comemoração foi a do aniversário de William: 19 de junho. Outras famílias começaram a festejar o dia especial no estado de Washington, e aos poucos a data se tornou uma festa nacional. Em 1972, o presidente norte-americano Richard Nixon oficializou o Dia dos Pais. Nos EUA, ele é comemorado no terceiro domingo de junho.
Aqui no Brasil, a festa chegou em 1953. O jornal O Globo difundiu a data visando atrair anunciantes do comércio. Dois anos depois, os jornais da empresa Folha da Manhã se uniram com a TV Record, a Rádio Panamericana (hoje Jovem Pan) e a Rádio São Paulo para comemorar o Dia dos Pais pela primeira vez em São Paulo. Para isso, organizaram um concurso para eleger o pai mais jovem, o mais idoso e o que tinha maior número de filhos. Dos mil inscritos, ganharam o prêmio um rapaz de 16 anos, um senhor de 98 e um homem com 31 crianças.
A princípio, a celebração ocorria no dia 16 de agosto, dia de São Joaquim. Depois foi transferida para o segundo domingo de agosto. Alguns países festejam o Dia dos Pais no dia 1º de maio. Na Itália, a data é comemorada no dia 19 de março, dia de São José, considerado pai por excelência na tradição católica.
Fonte: Guia dos Curiosos.
Um mapeamento realizado pela Coordenação de Direito à Memória e à Verdade (CDMV), pasta ligada à Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, identificou ao menos 17 logradouros ao menos paulistanos que homenageiam pessoas envolvidas direta ou indiretamente com os crimes de violação de direitos humanos praticados durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).
Desde o centro até os quatro extremos da cidade, exemplos dessa conduta não faltam: o Minhocão foi batizado com o nome do general Artur Costa e Silva, o segundo presidente do período militar; o derradeiro, João Baptista Figueiredo, dá nome a uma via em Pirituba; o Viaduto 31 de Março, no Brás, remonta à data do golpe; na Vila Leopoldina, a rua Dr. Sergio Fleury relembra um dos torturadores mais conhecidos do período, assim como a Praça General Milton Tavares de Souza, localizada no Parque Novo Mundo.
Como se não bastasse, há ainda ruas e avenidas com nomes de diversos apoiadores das práticas autoritárias e ditatoriais, tais como Filinto Muller (Parque São Rafael), Carlos Lacerda (Campo Limpo) e Golbery do Couto e Silva (Grajaú).
Com a intenção de tirar do papel a Lei Municipal 15-717/2013, que permite a alteração de nomes de logradouros ligados a violadores de direitos humanos, a CDMV lançou o projeto Ruas de Memória, também impulsionado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pelo Plano Nacional de Direitos Humanos-3.
Segundo a coordenadora-adjunta da CDMV, Clara Ribeiro Castellano, é preciso desconstruir a ideia recorrente de que é o revanchismo que alimenta essas mudanças, que ainda gerariam gastos desnecessários para o poder público. “Acreditamos que é uma forma de reparação simbólica para as vítimas diretas desses crimes, o Estado reconhecendo que eles foram praticados e as violações ocorreram”, aponta. “É uma forma de reconstruir a memória histórica do país a partir da lógica da valorização dos direitos humanos.”
Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) e presidente do Instituto Pólis, Renato Cymbalista, projetos como esse demonstram que finalmente o país está enfrentando a “herança maldita” da ditadura militar. “O nome das ruas tem um significado simbólico muito grande: significa um consenso social de que esta pessoa deve ser homenageada e sua memória perpetuada. Instituir como nomes de ruas pessoas envolvidas na ditadura significa a legitimação de tais crimes”, observa.
Além de discutir o legado da ditadura, o Ruas de Memória pretende ajudar na construção de uma nova cultura cidadã. “A ditadura trouxe também o esvaziamento do espaço público e, com as perseguições políticas, reforçou a cultura do medo. A cidade ficou vazia. O projeto é uma forma de trazer a ocupação e ressignificação desses espaços”, aponta Clara.
Já Cymbalista recorre à história para lembrar que, em grande parte do Ocidente, as décadas de 1960 e 70 foram marcadas pelo esvaziamento do espaço público, suburbanização, motorização e construção de vias expressas. “No Brasil e na América Latina, esse processo ocorreu junto com as ditaduras, que não tinham nenhum apreço por grandes manifestações públicas.”
O professor sugere que o projeto não apague simplesmente o antigo nome do logradouro. “As ruas devem ser renomeadas, mas não devemos esquecer que elas já tiveram esses nomes por décadas”, observa. “É importante marcarmos que durante décadas a nossa sociedade não se incomodou em dar nomes de ruas, avenidas, aeroportos a personalidades envolvidas com a violação grave de direitos.”
Clara adianta que, se aprovada, a mudança de logradouros contará com placas explicativas sobre o ocorrido. Elas dependem de Projetos de Lei a serem aprovados pela Câmara de Vereadores de São Paulo. “Ao mesmo tempo em que precisamos superar etapas históricas, não devemos nos esquecer do passado”, conclui Cymbalista.
Os primeiros nomes que podem ser alterados são a avenida Golbery do Couto e Silva, no Grajaú, na zona sul, e o viaduto 31 de março, no Centro.
Encontros com moradores resultaram na elaboração de um projeto de lei participativo que propõe a mudança da avenida Golbery para padre Giuseppe Pegoraro, religioso vinculado à história do bairro. A proposta já tramita na Câmara.
General do Exército, Golbery foi um dos ideólogos do movimento que resultou nogolpe de 1964 que instalou o regime ditatorial marcado. De 1964 a 1967, chefiou o SNI (Serviço Nacional de Informação), órgão de inteligência que fundamentava perseguições políticas, torturas e execuções.
O viaduto 31 de março lembra a data da deposição do presidente João Goulart e do início da ditadura que vigorou por 21 anos. O projeto de lei que prevê a mudança do nome do viaduto será enviado à Câmara em 13 de agosto.
A prefeitura quer que ele passe a se chamar Thereza Zerbini, líder do Movimento Feminino pela Anistia, grupo de defesa de perseguidos pela ditadura.
No próximo dia 13, a administração municipal também enviará à Câmara um projeto de lei para impedir novas homenagens a figuras relacionadas à violação de direitos humanos. A maioria dos nomes relacionados pela prefeitura foi citada no relatório da Comissão Nacional da Verdade, que investigou violações praticadas na ditadura.
A iniciativa de mudá- los segue recomendações da comissão e do Programa Nacional de Direitos Humanos. Em todos os casos, a administração municipal pretende buscar o apoio dos moradores das vias e ouvir deles sugestões para os novos nomes. Antes da prefeitura, vereadores propuseram retirar homenagens feitas a figuras relacionadas à ditadura.
Existem, por exemplo, as propostas de mudar o nome do elevado Costa Silva para Minhocão, como ele é popularmente conhecido, e a rua Sergio Fleury para Frei Tito.
Os nomes das vias que a prefeitura quer mudar
Elevado Costa e SilvaDanilo Mekari no Portal Aprendiz e Redação UOL.
O Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE), cuja sanção do prefeito Fernando Haddad completa um ano nesta sexta (31), mostra resultados positivos e aspectos que ainda exigem implementação.
Como relator da lei aprovada pela Câmara, busquei, em sintonia com o Executivo, garantir a autoaplicabilidade dos instrumentos urbanísticos e a explicitação dos objetivos e intervenções estratégicas das políticas urbanas, muitas já em implantação pela prefeitura, para gerar rapidamente os impactos esperados.
Dentre os avanços, está a alteração da lógica de mobilidade, priorizando o transporte coletivo e os modos não motorizados. Com baixo investimento, democratizou-se o espaço viário com a criação de faixas exclusivas de ônibus e de uma rede cicloviária, cujo destaque é a ciclovia da avenida Paulista.
Mas o estímulo à mobilidade sustentável exige uma nova dinâmica imobiliária. O Plano Diretor propôs, e já está valendo, o adensamento ao longo dos eixos de transporte de massa, evitando-se uma verticalização dispersa que estimula o uso do automóvel. Ademais, propôs aproximar a moradia e o emprego, estimulando o uso residencial no centro expandido e a criação de empregos nas áreas carentes.
O debate sobre o zoneamento, já no Legislativo, deve se pautar por esses aspectos, radicalizando as propostas do PDE e deixando em segundo plano a polêmica sobre corredores em zonas exclusivamente residenciais. A verticalização dispersa nos miolos dos bairros pode ser ainda mais restrita enquanto nos eixos de transporte coletivo é necessário conter a especulação.
Nesse sentido, o excelente trabalho que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano vem fazendo, notificando proprietários de imóveis ociosos e subutilizados a dar função social, deve priorizar os eixos de transporte para conter a valorização excessiva dos terrenos.
A habitação foi prejudicada pela queda do investimento federal e da arrecadação da outorga onerosa –o Plano Diretor exigiu que 30% desses recursos fossem aplicados na compra de áreas bem localizadas.
O quadro econômico requer ações heterodoxas, propostas no PDE, como a utilização ou compartilhamento de áreas públicas subutilizadas, o apoio à autogestão e regulamentação do Serviço Social de Moradia, com formas alternativas de acesso.
A elaboração do Plano da Mata Atlântica, a criação dos parques Chácara do Jóquei e Tietê e as ações na zona rural, como o polo de ecoturismo em Parelheiros e a regulamentação da compra de alimentos orgânicos para a merenda escolar, são avanços no meio ambiente.
Mas há muito a fazer, como implementar o pagamento por serviços ambientais e viabilizar outros 160 parques propostos, que o PDE protegeu transformando-os em zona especial de preservação ambiental. Em curso, a regulamentação do Fundo Municipal de Parques contribuirá para isso.
A proteção de espaços culturais ameaçados, como os teatros e cinemas de rua, avançou com a isenção de impostos municipais e com a regulamentação da área de proteção cultural. A ocupação e valorização do espaço público para o lazer e a cultura é uma realidade sentida nas praças, nos parklets e no Minhocão.
Muito foi feito em apenas um ano, mas temos muito pela frente. O horizonte temporal do PDE é de 15 anos, atravessando esta e as próximas três gestões. A continuidade desse processo é essencial para não retroceder no projeto de cidade e de cultura urbana definidos pelo Plano Diretor.
Nabil Bonduki, 60, professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, é secretário municipal de Cultura de São Paulo. Foi o relator do Plano Diretor Estratégico na Câmara Municipal
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Artigo publicado na Folha de S.Paulo.
Na última quinta-feira, dia 23, no SESC Consolação, aconteceu a apresentação do estudo IRBEM, Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município, projeto da UNICEF em parceria com os Institutos Alana e C&A, Rede Nossa São Paulo, IBOPE, Instituto Paulo Montenegro, Visão Mundial e o SESC. O evento contou com a presença da Primeira-Dama Ana Estela Haddad e o Secretário Municipal de Direitos Humanos Eduardo Suplicy.
De acordo com Maurício Broinizi Pereira, representante da Rede Nossa São Paulo, “a pesquisa é inédita e surpreendente, tanto no que toca o que foi abordado quanto as suas respostas.” Com dados sobre educação, cultura, segurança pública, meio-ambiente e outros, a pesquisa IRBEM conversou com 805 crianças e jovens de 10 a 17 anos, entre os dias 13 e 30 de Junho de 2015.
Os indicadores da pesquisa apontaram inúmeras situações nas quais as crianças e jovens de São Paulo se sentem ou não se sentem confortáveis no dia-a-dia. Entre alguns parâmetros, estão: entre os meninos, a principal atividade que realizam é jogar futebol e, entre as meninas, é ajudar nas tarefas da casa; para esses jovens, o que menos os satisfaz é o modo com que as pessoas se relacionam na cidade e o respeito às diferenças de outras pessoas, como cor, credo e raça, e o que mais satisfaz os jovens entrevistados é a relação que têm com seus familiares e seus colegas de escola.
Entre os dados que satisfazem os jovens, também se encontra o nível de conhecimento sobre as coisas ensinadas pelos professores nas escolas e as condições da casa em que vivem. O acesso à internet está em primeiro lugar entre os afazeres satisfatórios entre os jovens, educação em segundo e relações humanas em terceiro.
Segundo Raniere Pontes da Rede Nossa São Paulo, “as crianças e os jovens têm prioridade absoluta e não devem ser enviados para a cadeia (em menção à redução da maioridade penal)”. Isabela Henriques do Instituo Alana também reafirmou a fala de Pontes acrescentando “é responsabilidade de todos assegurarem a proteção das crianças” e nada melhor para fazer isso do que saber o que elas pensam.
Em uma roda de conversa promovida com os jovens Beatriz, Jonathan e Rodrigo da UNICEF, da Viração e da Plataforma de Centros Urbanos, a Primeira-Dama Ana Estela Haddad e o Secretário Suplicy debateram sobre redução da maioridade penal, segurança pública e acesso à internet nas salas de aula. “A pesquisa mostra que o machismo ainda é muito presente”, disse Ana Estela em referência ao fato de que as meninas se atêm mais ao trabalho doméstico do que os meninos.
Fotos: Cesar Ogata / SECOM.
Ainda sobre os outros temas, a coordenadora da São Paulo Carinhosa afirmou “[a redução da maioridade penal] é um imenso retrocesso ao ECA. O Congresso tem que ouvir o jovem e temos que assegurar e cuidar da infância e da juventude”. Em relação ao acesso à internet nas salas de aula, discutido pelo jovem Rodrigo que alegou não gostar da proibição, a Primeira-Dama pontuou “os professores devem usar a tecnologia a favor do ensino. A população mais velha deve perder o medo da tecnologia uma vez que 76% dos jovens estão conectados. Os professores deveriam romper a barreira para acompanhar a geração internet”.
Marisa Villi do Instituto Paulo Montenegro, criado para executar projetos de responsabilidade social, ressaltou a importância de programas como a São Paulo Carinhosa para o desenvolvimento de uma geração que é o futuro e disse que a política pública exerce “cuidados especiais para mudar o que não conseguimos mudar nas gerações passadas”.
Segundo Silvio Kaloustian, representante da UNICEF em São Paulo, “a escuta de crianças é fundamental para criar elementos para o desenho de políticas públicas. Acompanhamos e reconhecemos o esforço da Prefeitura em priorizar a primeira infância, contemplando as demandas das crianças”.
O evento teve abertura e encerramento com o grupo de rap Matéria Rima.
Isabela Campos Palhares no São Paulo Carinhosa.