Há 50 anos a cidade de São Paulo se despedia do seu sistema de bondes elétricos. Tudo foi definido em 1949 quando o crescimento da metrópole superava as expectativas e o ônibus a diesel era a solução prometida para se chegar mais longe sem os supostos “inconvenientes” das panes elétricas.
Começou na Augusta, depois foram os Jardins que perderam seus coletivos, enterrados por asfalto, simplesmente. A promessa era que além dos ônibus diesel a cidade tivesse mais trolleybus (trólebus) no futuro. Mas assim como as Grandes Avenidas de Prestes Maia, o plano fracassou.
Ao longo dos anos 1950 a extinção do bonde chegava à Zona Norte, Zona Leste e toda a Zona Oeste nos bairros de Pinheiros e Lapa, ano a ano, carro por carro, sendo que alguns bairros ainda servidos por bondes puxados por animais. Em seu lugar, asfalto sobre os paralelepípedos. Sem plano de metrô, que em Buenos Aires já existia desde 1913, amargamos com a falta de planejamento. Aqui no Brasil passamos de 2,2 milhões de habitantes em 1929 para 4,4 milhões em 1938. Já havia demanda para metrô e curiosamente havia espaço de sobra para construir.