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MASP organiza mostra sobre desfiles-show da Rhodia nos 60's
No fim dos anos 50, quando a moda ainda engatinhava no Brasil, o publicitário italiano radicado em São Paulo Livio Rangan – figura visionária, dono de uma criatividade inesgotável e com estampa digna de galã da Cinecittà – teve a ideia de orquestrar campanhas e desfiles grandiosos que mesclassem peças assinadas por estilistas nacionais, arte e cultura pop. Por trás do ambicioso projeto estava a Rhodia, empresa francesa que, em 1919, havia instalado por aqui uma fábrica de lança-perfumes – isso mesmo, o famoso Rodouro, que animou nossos Carnavais até a proibição do spray, em 1961.

Mailú, Mila e Lilian com peças criadas por Alceu Penna para o desfile-show Rio 400 anos, em 1964. Foto: Rhodia/ Divulgação.
Para acentuar o cunho cultural (e inédito) da empreitada, Livio – um workaholic que sonhava alto e dormia pouco – decidiu convidar artistas plásticos para desenhar as estampas das cem peças únicas apresentadas a cada coleção. A lista de colaboradores é extensa e ilustre: Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Milton Dacosta, Nelson Leirner, Ivan Serpa, Manabu Mabe, Alfredo Volpi, Willys de Castro. Parte das criações assinadas pelo grupo se perdeu ao longo do tempo (caso de peças de Ohtake, Iberê e Dacosta), mas 79 modelos com estampas de 28 artistas foram doados em1972 para o Museu de Arte de São Paulo, formando um conjunto batizado de Coleção Masp Rhodia. A boa notícia é que, a partir do dia 23 deste mês, todos os itens serão exibidos por lá na mostra Arte na Moda – a última vez que esse acervo esteve em sua íntegra às vistas do público no museu foi há 43 anos, na época de sua doação.

Bastidores de um editorial de moda para a Rhodia, de 1960, com o fotógrafo Otto Stupakoff (ao fundo). Foto: Rhodia / Divulgação.
Este é apenas um trecho da matéria Revolução made in Brazil, leia o texto completo na edição de outubro da Vogue Brasil.