Cuidado com os sapos!

Portugal tem um novo sinal de trânsito: “Atenção, linces”. Foto: Público.

Sapos e linces à parte, a boa novidade é o destaque dado para as bicicletas, o alerta para áreas de emissão reduzidas e para as zonas residenciais. Vale dizer que muitas das estradas por aqui passam dentro das cidades e vilas, como se fossem uma simples rua. Exatamente por isso, uma nova placa de “zonas de residência ou de coexistência” foi concebida como alerta para a necessidade de compartilhamento do espaço por veículos e pedestres. A mesma preocupação com a segurança das pessoas está por trás das placas de “Zonas 30”, que limitam a velocidade dos veículos e que passam a ter mais destaque. A implementação de uma Zona 30 coloca o pedestre como prioridade, em detrimento dos veículos motorizados. Tanto as “Zonas 30” quanto às “Zonas Residenciais ou de Coexistência” ganharam, além das placas, regulamentação e disposições técnicas específicas para promover o uso conjunto e harmonioso de carros e pessoas.

Uma zona de coexistência é uma zona da via pública especialmente concebida para utilização partilhada por pedestres e veículos. Foto: Circula Seguro.

No caso das bicicletas, parece que elas passaram a ter praticamente o mesmo “status” de um trem: as magrelas agora são as protagonistas da “Passagem para velocípedes: indicação da aproximação de uma passagem para velocípedes”, ou seja, reduza a velocidade porque tem bicicleta cruzando a pista! A placa faz parte do conjunto de sinalizações que indicam perigo, o que a torna bastante importante dentro do regulamento de trânsito. Espera-se, com isso, que a consciência do motorista do carro seja maior. Não respeitar a sinalização e ser atropelado por um trem pode ser fatal para quem está no carro, principalmente. Já com as bicicletas… O que vale é a máxima: não dúvida, reduza! Os ciclistas agradecem (ah, os sapos e linces também…). Por outro lado, uma outra sinalização indica as passagens e caminhos para as bicicletas, dando ao ciclista também a responsabilidade sobre onde pode (ou não pode) circular (no caso dos sapos e linces, parece que não conseguiram passar a mesma orientação e contar com a colaboração deles…). O novo regulamento também contempla a sinalização feita pelos ciclistas com os braços e mãos para indicar que vai virar para um lado ou outro, reduzir a velocidade, parar ou mesmo orientar que os carros ultrapassem a bicicleta

Placa da Zona de Emissões Reduzidas (ZER) de Lisboa. Foto: O Corvo / Sítio de Lisboa.

Algumas outras placas também reforçam a importância da diminuição do impacto dos carros no ambiente. As de Zona de Emissão Reduzidas (ZER), por exemplo, proíbem a circulação de veículos poluentes. Outro sinal indica as vias que são exclusivas para veículos com “alta taxa de ocupação”, ou seja, carro só com uma pessoa não circula por lá.

Ao todo, são quase 100 novas placas, incluindo algumas específicas para veículos elétricos (indicação de postos de atendimento, com serviços e abastecimento), para motos (vias proibidas e pistas exclusivas) e para autocaravanas (como são chamados os “motorhomes” por aqui). Para quem vem turistar, as indicações também serão ampliadas, identificando áreas de maior interesse cultural e ambiental, museus e outros pontos turísticos.

Por enquanto, com menos carros circulando – alguns levantamentos apontam redução de até 75% no tráfego das estradas – e praticamente nenhum turismo no país, as placas ainda não ganharam tanta visibilidade. Bom para a qualidade do ar e, claro, para os linces e sapos…

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Marcos Freire mora com a família em Ovar, Portugal, pequena cidade perto do Porto, conhecida pelo Pão de Ló e pelo Carnaval. Marcos é jornalista, com passagens pelas principais empresas e veículos de comunicação do nosso país. Escreve quinzenalmente no São Paulo São.

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