Dados abertos de GPS ajudam a melhorar a qualidade do transporte coletivo

Em abril, a prefeitura de São Paulo anunciou a ampliação do Sistema Integrado de Monitoramento (SIM) para, com isso, intensificar a fiscalização dos ônibus da cidade. O objetivo é acompanhar se todas as partidas em um intervalo determinado foram cumpridas e se os coletivos saíram na hora certa dos terminais. O uso da tecnologia será um adicional importante na busca pela qualidade dos serviços, pois os dados informados em tempo real servem tanto para as administrações públicas quanto para os usuários.

De acordo com o Manual de BRT do Ministério das Cidades, entre os benefícios de um sistema de gerenciamento centralizado estão respostas imediatas a mudanças na demanda de usuários, a falhas de equipamento ou problemas de segurança e o espaçamento eficiente entre veículos, para prevenir a formação de “caravanas”. Ou seja, com aparelhos de GPS integrados ao transporte coletivo, é possível planejar melhor os horários das linhas, acompanhar seu funcionamento e repassar, com transparência, pontos importantes para os passageiros.

Segundo um artigo publicado no site Science Direct, pessoas com acesso a informações de trânsito em tempo real têm passado 15% a menos de tempo esperando nas paradas de ônibus do que aqueles que não têm essas informações. No mesmo sentido, um estudo das rotas de ônibus de Chicago mostra que o acesso à informação aumentou o número médio de passageiros em 2%. As pesquisas indicam que investir em mais usos para os dados gerados pelos aparelhos de GPS instalados no transporte coletivo influenciam, inclusive, na economia das cidades, uma vez que servem ao planejamento e incentivam a escolha dos usuários a partir de um serviço de mais qualidade.

Aplicativos para smartphones que informam horários e deslocamento das linhas já são utilizados em São PauloBelo HorizonteRio de JaneiroSalvador, entre outras. Em geral, iniciativas como essas fazem parte dos planos de mobilidade urbana, que se propõem a melhorar a qualidade dos deslocamentos nas cidades.

Dados da SPTrans mostram que, entre 2013 e 2015, reduziram as infrações graves e gravíssimas cometidas no transporte coletivo da capital paulista. Essas infrações englobam problemas como atraso de partidas e descumprimento de viagens programadas. No entanto, a gestão municipal entende que a queda não foi provocada, necessariamente, pelo acompanhamento por GPS, mas pela forma como o Regulamento de Sanções e Multas (Resam) passou a ser aplicado.

O investimento em uma fiscalização mais apropriada com o apoio da tecnologia busca não apenas a redução das autuações, mas o aumento da qualidade do transporte coletivo na cidade. Ainda de acordo com o Manual do BRT, a tecnologia não deve suplantar um projeto operacional. As escolhas tecnológicas devem partir das necessidades dos usuários, que foram identificadas na análise de demanda e das características operacionais desejadas. O ideal é que os dados coletados sirvam para o planejamento adequado das linhas, em vez de serem usados apenas como insumo para medidas compensatórias em possíveis atrasos.

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Aloha Boeck no TheCityFix Brasil.

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