De água limpa, raia da USP atrai praticantes e os melhores atletas de remo do país

A raia
A raia olímpica, parte do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (CEPEUSP) tem 2.150m de extensão por 100m de largura. Lá são realizadas competições estaduais e nacionais de remo e canoagem. 

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Como surgiu
A região da raia era um lago, de onde foi retirada areia para obras no campus da USP nos anos 1970.

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Alternativa ao Rio

O remo era um esporte tradicional e popular em São Paulo, praticado por muitos anos no rio Tietê, inclusive por clubes que hoje são identificados com o futebol, como o Corinthians. O rio, no entanto, só abrigou regatas até 1972, quando a poluição tornou inviável a prática esportiva. Os remadores, então, foram para a raia.

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A água é suja?
Não. O esgoto da Cidade Universitária não vai para raia. O refluxo do esgoto do rio Pinheiros também não chega até lá porque o lençol de água se movimenta na direção dele. Quando há uma inversão do fluxo, como no caso de interrupção do bombeamento da água do Pinheiros para a represa de Guarapiranga, a sujeira também não invade a raia porque a velocidade da água subterrânea muito baixa no terreno. O fluxo que vem do rio se choca com o fluxo natural do lençol freático. Quem treina lá já viu peixes e tartarugas na água.

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Medalhistas na água

A raia da USP é o local de treinamento de alguns dos principais atletas e paratletas do país. Isaquias Queiroz, fenômeno da canoagem e favorito a medalha na Olimpíada do Rio, que começa em poucos dias, treinou ali. A paracanoagem tem seu Centro de Treinamento na raia, onde se prepararam os melhores atletas do país.

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Clubes

A raia da USP abriga alguns dos principais clubes de remo da cidade, que se dividem entre escolinhas para iniciantes e esporte competitivo.

  • Bandeirante
  • Corinthians
  • Esperia
  • Paulistano
  • Pinheiros

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Modalidades oferecidas

  • Remo
  • Canoa havaiana
  • Canoagem
  • Stand up paddle

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Horários

  • Manhã: remo e canoagem
  • Início da tarde: SUP e canoa havaiana
  • Fim da tarde: remo e canoagem

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A febre do SUP
A moda de remar em pé na prancha também chegou raia da USP. Viviane Matero, dona da escola batizada com seu sobrenome, está na raia desde 2000 ensinando canoa havaiana. Em 2008, entrou na onda do stand up padle. “Com a moda do SUP, a procura cresceu. Os alunos de canoa havaiana são mais fiéis, os outros variam bastante”, diz ela, que tem cerca de 140 alunos. “Quem procura SUP quer fazer uma atividade física, mas também busca qualidade de vida”. Para praticar essas duas modalidades, só na hora do almoço. Os outros horários são ocupados pelo remo e pela canoagem.

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A tradição do remo
Em geral, um aluno demora dois meses para se adaptar totalmente. É importante saber nadar, e todos usam coletes salva-vidas. Nas primeiras aulas, é usado um aparelho chamado ergômetro, que simula as remadas. Depois, o aluno vai para o barco escola, em que simula situações reais numa piscina, sem sair do lugar. Um dos desafios é remar de costas, sem ver quem está na frente. “Muita gente busca o remo para relaxar. E aqui nem parece que você está em São Paulo. As vezes, posto foto na raia e as pessoas me perguntam se estou viajando”, diz Viviane Matero.

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Reabilitação
Ricardo Ruck era maratonista. Onze anos atrás, no entanto, teve de parar de correr. Um acidente de carro lhe tirou parte dos movimentos, mas não a ligação com o esporte. Depois de começar a nadar, conheceu o remo via AACD. “Me dá uma sensação de liberdade, de estar sozinho. Achava que a água era suja, mas tem até tartaruga”, diz ele, que lamenta os prédios que não param de subir no entorno. “Antes dava até para assistir ao pôr do sol.”

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Onde fica
Av. Professor Mello de Morais, 1382, Butantã, dentro da USP, ao lado da marginal do rio Pinheiros.
O acesso pelo campus: Porto 1, rua Alvarenga (continuação da ponte Cidade Universitria) e final da Av. Valdemar Ferreira (Avenida do Jóquei Clube); Porto 2, no fim da Av. Escola Politécnica, próximo da Marginal Pinheiro; Porto 3, Av. Corifeu de Azevedo Marques.

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Mariana Lajolo especial para a Revista saopaulo.

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