Por Feargus O’Sullivan.
A maior parte dos motoristas que procuram atravessar uma grande cidade tenta descobrir a rota mais curta e rápida. Em Paris, isso vai ficar muito mais complicado.
Dentro de dois anos, a capital francesa proibirá o tráfego não essencial que passa pelo centro da cidade. A medida, que deve eliminar cerca da metade das viagens diárias de carro que cruzam o centro de Paris, faz parte de um planejamento de longo prazo para a cidade, dentro de um esforço geral para reduzir o número de carros nas ruas.
Na última quinta-feira, esse objetivo deu um passo adiante, quando o vice-prefeito Emmanuel Grégoire e o comissário de trânsito David Belliard revelaram detalhes de como o plano vai funcionar. Eles também marcaram uma data para o início de sua implantação: 2024, a tempo para as Olimpíadas.
Sendo a segunda área desta modalidade em uma grande cidade européia – depois de Madri – a medida adotada nesta região de Paris deverá contribuir muito para tornar a cidade mais limpa e mais calma. Os motoristas serão autorizados a entrar numa zona, que cobrirá 9 quilômetros quadrados e se estenderá por ambas as margens do rio Sena, para fazer compras ou visitas. Veículos de transporte público, moradores da região, hóspedes de hotéis e pessoas com deficiência não sofrerão nenhuma restrição.
Os motoristas que utilizam as ruas do centro para atravessar Paris, no entanto, serão multados se forem pegos passando pela região. As multas serão aplicadas através de verificações policiais aleatórias nos veículos que passam pelo perímetro, e por um sistema de monitoramento com câmera para leitura das placas de matrícula dos veículos.
De acordo com a Prefeitura, deslocamentos deste tipo desempenham um enorme papel no congestionamento e nas emissões de combustível fóssil, representando cerca da metade do total dos poluentes da cidade. Em uma área onde são feitas diariamente entre 350.000 e 500.000 viagens , o redirecionamento ou o cancelamento delas pode fazer uma diferença brutal para a melhoria dos índices de poluição e dos congestionamentos.
***
Artigo publicado originalmente no Bloomberg City Lab.