O Arco do Triunfo em Paris está completamente embrulhado em tecido, como um presente, no centro da capital francesa. E foi assim que a ministra da Cultura se referiu a esta obra, durante a cerimônia de inauguração com a presença do presidente Emmanuel Macron. “É um presente para os parisienses e para os franceses”, disse Roselyne Bachelot sobre esta obra póstuma de Christo, artista búlgaro que morreu no ano passado, que sonhava em embrulhar o monumento desde que alugou um apartamento ali perto na década de 1960.
Para Christo, que deixou rascunhos e fotomontagens de seus planos, o Arco do Triunfo se tornaria “um objeto vivo estimulado pelo vento e refletindo a luz”.
A obra acabou se materializando já sob a supervisão do sobrinho do artista, Vladimir Yavachev. “Christo dizia que a parte mais difícil era conseguir as autorizações”, lembrou o familiar.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, explicou que a experiência anterior da cidade com Christo, quando ele embrulhou a Pont Neuf, em 1985, foi decisiva para autorizar esta nova aventura artística. Segundo a autarca, esse projeto artístico na ponte foi “foi uma maneira de despertar esta cidade”.
Dada a permissão, o Arco do Triunfo começou a ser embrulhado há dias, em 25.000 m2 de tecido de polipropileno reciclável, que brilha ao sol com tons azulados.
Desde o último sábado, o público começou a visitar o local e a Praça Charles de Gaulle, onde o Arco do Triunfo está construída, será fechada para o trânsito nos fins de semana a partir de 3 de outubro, data em que o embrulho será desfeito.
O Arco de Triunfo, que começou a ser construído em 1806, durante o regime de Napoleão, reúne para a posteridade as vitórias do então imperador. Sob as colunas, está o túmulo do soldado desconhecido, com uma chama que é acesa todas as noites. O público poderá aproximar-se e tocar na obra, e a chama continuará a ser acesa todas as noites, disse Hidalgo.
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Fonte: Diário de Notícias.