Escapadas responsáveis

É o caso da bicicleta, adotada de forma maciça na Europa, e também dos modais elétricos, que se encontram em alta na pós-pandemia. Em uma pesquisa feita no Reino Unido pela consultoria Venson, 45% dos entrevistados disseram que a melhoria dos níveis de poluição do ar os fez pensar na compra de um carro elétrico. Todo esse impacto ambiental positivo, causado pelo isolamento social, aumentou a busca por transportes sustentáveis também no setor de turismo. Hoje é possível unir segurança sanitária e uso de modais “verdes” em viagens pelo Brasil.

Bikes e elétricos

Foto: Divulgação.O sofisticado Botanique Hotel & SPA, na Serra da Mantiqueira, é um exemplo. O seu rigoroso protocolo de higiene e proteção contra a Covid-19 inclui a mobilidade sustentável. Os hóspedes não podem levar seus carros até os chalés – são apenas 17 habitações em uma área verde imensa, envolta por Mata Atlântica. Assim que chegam ao hotel, eles são recebidos por simpáticos funcionários que os transportam em carrinhos elétricos até os quartos. Desde a abertura, em 2012, a circulação exclusiva de modais elétricos garante que não haja emissões de poluentes e ruídos indesejáveis. A ideia também é estimular as pessoas a caminhar e pedalar – bicicletas estão disponíveis para os hóspedes, além de sugestões de trilhas na natureza.

Em Fernando de Noronha, um dos destinos mais sustentáveis do Brasil, os carros elétricos – além das bicicletas, muito comuns ali – são parte do cenário. A partir de 2022, apenas carros elétricos poderão entrar no arquipélago em Pernambuco. A decisão deriva da Lei sancionada pelo governador do Pernambuco, Paulo Câmara, em janeiro deste ano. O programa coloca a ilha como o primeiro lugar no país a banir carros a combustão, uma política importante para a preservação do meio ambiente.

Autonomia e praticidade

Foto: Divulgação.

Viajar com carros elétricos nos arredores de São Paulo é possível com a Beepbeep, que opera na capital paulista, em São José dos Campos e Campinas, com veículos compartilhados. Em julho de 2020, instalou uma estação no Aeroporto de Viracopos; no início de setembro, no Aeroporto de Guarulhos. Os carros são higienizados pelas equipes móveis, garantindo a segurança sanitária, e a cobrança é feita por minuto. “Nossos carros têm bateria com autonomia de 300 quilômetros e podem ser devolvidos em qualquer uma das 60 estações, nas três cidades. O cliente pode, por exemplo, começar a locação em São Paulo e encerrar em Viracopos, para pegar o seu voo”, explica André Fauri, fundador da startup.

Intermodalidade no turismo
Foto: Divulgação.

Já a Movida, de aluguel de carros, estimula a integração de modais, oferecendo bicicletas elétricas, o que é perfeito para turbinar a experiência em viagens. Ela fechou uma parceria estratégica com a start-up E-Moving e passou a ser a primeira locadora brasileira a ir além do carro, com 800 bicicletas. Atuando de forma sustentável, a empresa também lançou um programa pioneiro, o Carbon Free. Este ano foi anunciado o plantio de 1 milhão de árvores até 2022. O projeto visa reflorestar o Corredor de Biodiversidade do Araguaia, região do cerrado nordestino que abrange parte do Rio Araguaia e do Rio Tocantins, com mais de 2.600 km de extensão, em parceria com a Black Jaguar Foundation.

Exemplos no exterior
Em Bruxelas, as novas ciclovias são isoladas com marcas de estrada e barreiras de concreto. Foto: Getty Images.

Cidades ao redor do mundo estão aproveitando o estado de exceção ditado pela pandemia para experimentar alternativas aos automóveis. Em Londres, os atuantes da área de saúde receberam acesso grátis temporário a bicicletas elétricas, como cortesia dos vendedores de bicicletas e companhias de mobilidade partilhada. Em Milão, metrópole no norte da Itália, as autoridades pretendem converter 35 quilômetros de ruas em mais espaço para ciclistas e pedestres, com limites de velocidade mais baixos, ciclovias improvisadas e calçadas mais largas.

Algumas mudanças provisórias já acarretaram reformas permanentes. Depois que ciclovias mais largas começaram a aparecer em Berlim e outras cidades alemãs, o governo federal introduziu regras em âmbito nacional proibindo que motoristas estacionem em ciclovias e tornando obrigatório o espaço de 1,5 metro entre carros e ciclistas.

Vancouver, Denver, Budapeste, Nova York, México, entre outras, também fecharam ruas ao tráfego automobilístico e criaram ciclovias temporárias. Especialmente ambiciosa é a rede de Bogotá, que acrescentou mais de 100 quilômetros de vias marcadas por cones de tráfego, a fim de tirar a pressão do sistema de ônibus expressos Transmilenio.

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Por Chantal Brissac da Redação.

 

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