Exposição ‘Artacho Jurado no Desenho da Cidade’ ilumina o autodidata que construiu marcos da São Paulo moderna

No centro da foto, o Edifício Planalto, construído em 1956 e que tornou-se ícone paulistano. Foto: Divulgação.

Se você mora em São Paulo ou já visitou a cidade deve ter ouvido falar sobre os prédios icônicos que “moram” por aqui, desenhados por arquitetos renomados, que deixaram suas marcas, ou melhor, seus traços arquitetônicos desenhados pela capital. Edifício Bretagne, Cinderela, Louvre, Piauí, Planalto, Viadutos são algumas das construções que devem estar no roteiro turístico de moradores, turistas, estudantes e amantes de arquitetura e urbanismo não só pelas suas magnitudes arquitetônicas, traçados históricos, mas também pela saudação ao arquiteto que as projetaram: João Artacho Jurado.

Croqui do Edifício Bretagne construído na Avenida Higienópolis e inaugurado em 1958. Foto: Divulgação.

Na data em que se comemora 114 anos de seu nascimento, em 4 de setembro, a Galeria da Cidade – área expositiva da Escola da Cidade, que inaugurou em 2018 uma galeria dedicada a exposições de arquitetura – abre as portas da exposição Artacho Jurado no Desenho da Cidade, sobre o autodidata que projetou e construiu marcos da São Paulo moderna. Avesso aos códigos rígidos do modernismo corrente na época, Jurado desenvolveu um estilo próprio, com detalhes requintados e muitas cores, além de criar espaços generosos. Graças à sua linguagem extrovertida, foi comparado, pelo crítico Décio Pignatari, ao arquiteto catalão Antoni Gaudí.

Artacho começou a trabalhar na década de 1930 e sua produção se intensificou nas décadas de 40 e 50. Foto: Clarissa Mohany.

Nos desenhos originais, investigativos e de processos de criação de Jurado, é possível observar sua preocupação com o modo de trabalhar texturas, tratar superfícies, usar paletas de cores e fazer composições espaciais. Os desenhos se assemelham mais a estudos de cenografia, distanciando-se das investigações arquitetônicas que concebem o espaço segundo estruturas, pilares e vigas.

A Sala Rosa da exposição traz um mapa afetivo da região central de São Paulo. Foto: Clarissa Mohany.

Enquanto ele projetava os edifícios com seus ornamentos – peças exclusivas de mobiliário, de luminárias etc. – os preceitos da arquitetura moderna da época iam na contramão desses seus principais diferenciais e ditavam que “menos é mais”. Por isso, foi atacado pelos intelectuais, mas aclamado pelos moradores, paulistanos e turistas.

A Sala Rosa da exposição traz um mapa afetivo da região central de São Paulo, com traçados que revelam uma memória identitária urbana, com pontos sensíveis à experiência efêmera do cotidiano da cidade.  A partir de um percurso traçado a pé, começando pelo edifício Planalto, na região da República, e terminando no Bretagne, em Higienópolis, foram recolhidas impressões, sentimentos, histórias e experiências pessoais para desenvolver um percurso gráfico.

Páteo interno do Edifício Parque das Hortênsias da Avenida Angélica. Foto: Hamilton Penna..

Assim, a proposta interativa da Sala, e da exposição como um todo, é um convite para se perder e se reencontrar na própria cidade e redescobrir a história da região por meio da vida e dos edifícios deste arquiteto que ajudou a colorir a cidade.

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Serviço

Artacho Jurado no Desenho da Cidade
De 4 de setembro a 31 de janeiro de 2022.
Entrada gratuita.
Horário de funcionamento: de segunda a domingo, das 10h às 12h e das 14h às 17h.
Local: Escola da Cidade – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Endereço: Rua General Jardim, 65, Centro – São Paulo.

***
Fontes: CNN e Escola da Cidade.

 

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