Entre as obras, uma linha do tempo detalhada perpassa os anos de vida de Tom Zé. Fotos de acervo, textos com inclusões em braile e vídeos extraídos de diversos documentários relevam a sua evolução e a genialidade do mestre de Irará. Delineia-se sua história, seguindo o caminho da sua origem interiorana, o começo de carreira, a Tropicália, o reconhecimento internacional e os prêmios, passando também pelas homenagens recebidas ao longo dos anos.
Um segundo espaço faz referência ao pioneirismo digital de Tom Zé. “Estudando o Sampler” é uma instalação de música interativa, visual e imersiva, em que os movimentos do corpo dos visitantes, monitorados por um sensor, transformam o espaço em uma verdadeira máquina de sampler. A instalação, assinada pelo coletivo Sangue no Silício, de Cachoeira (BA), explora a composição visual dos arames farpados e cordas criada por Tom Zé para seu disco “Estudando o Samba”, de 1976.
Também será possível conferir a vasta discografia de Tom Zé. Do primeiro disco autoral (“Tom Zé – Grande Liquidação”, 1968), até o último CD (“Canções Eróticas de Ninar”, 2016), 28 trabalhos completos estarão disponíveis para audição. Além da contribuição textual do escritor Antônio Risério, a mostra ainda expõe 10 instrumentos inventados a partir de objetos e materiais inusitados pelo próprio artista.
“Errática Tom Zé”
E a CAIXA Cultural apresenta, de 16 a 18 de março, o projeto “Errática Tom Zé”, que inclui roda de leituras e performances musicais em homenagem ao cantor e compositor baiano. Músicos, poetas e artistas como Lenora de Barros, Zé Miguel Wisnik, Lica Cecato, Cid Campos, Inayara Iná, Caco Pontes, Iara Rennó e Daniel Minchoni participam de série de apresentações que reverenciam a obra e o processo criativo de Tom Zé
Criada pelo poeta e designer gráfico André Vallias, em 2004, a Errática é uma sofisticada revista de poesia concebida para o meio digital. Para criá-la, Vallias se inspirou tanto na dinâmica dos blogs, que haviam se popularizado naquele início dos anos 2000, como nas revistas de poesia experimental da década de 1970. O projeto “Errática Tom Zé” trabalha a multiplicidade de linguagens, assim como a revista que lhe serviu de inspiração.
“Em 2008, o poeta Eucanaã Ferraz e eu tivemos a ideia de levar o conceito da revista digital para o palco, e concebemos uma série de espetáculos de poesia que foi realizada no Rio de Janeiro e em São Paulo. Participaram poetas e artistas os mais variados: Adriana Calcanhotto, Armando Freitas Filho, Elke Maravilha, Antonio Cicero, Jorge Mautner, Arnaldo Antunes, Numa Ciro, entre outros. Chamei de ‘espetáculos de poesia expandida’ porque as apresentações incluem performance, vídeo-animações, música, palavra falada e palavra cantada, uma mistura de linguagens bem no espírito da obra de Tom Zé”, explica Vallias.
O evento dialoga com a exposição “Tom Zé 80 Anos” que fica em cartaz na CAIXA Cultural São Paulo de 14 de março a 20 de maio.
Tom Zé
Antonio José Santana Martins nasceu em Irará, Bahia, em 11 de outubro de 1936. É compositor, cantor, performer, arranjador e escritor. Seus discos mais recentes são: “Sem você não A”, “Canções Eróticas de Ninar”, “Vira Lata na Via Láctea”, “Tropicália Lixo Lógico”, “O Pirulito da Ciência”, “Estudando a Bossa” e “Danç-Êh-Sá”. Em 2003, publicou o livro “Tropicalista Lenta Luta”, reunindo relato autobiográfico, reflexões sobre música, seleta de textos publicados e canções.
Serviço
Tom Zé 80 anos
Local: CAIXA Cultural São Paulo.
Praça da Sé, 111 – Centro.
Data: de 14 de março a 20 de maio (de terça a domingo).
Horário: das 9h às 19h.
Informações: (11) 3321-4400.
Classificação indicativa: livre.
Entrada franca.
Errática Tom Zé
Local: CAIXA Cultural São Paulo.
Data: 17/03/2018 a 19/03/2018.
Horário: 19h15.
Horário da Bilheteria: 9h do dia de cada apresentação.
Entrada franca.
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Da Redação com informações da CAIXA Cultural São Paulo.