Faixas exclusivas aumentaram a velocidade média dos ônibus

 
 

Dissertação de mestrado do pesquisador Jilmar Tatto, atual Secretário Municipal de Transportes da capital paulista, apresenta dados positivos para mobilidade urbana da cidade.

A cidade de São Paulo recebeu, entre 2013 e 2014, cerca de 400 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus. E para quem torce o nariz para as intervenções viárias adotadas pela Prefeitura, uma pesquisa apresentada na Escola Politécnica (Poli), da USP, mostra que as viagens de transporte coletivo ficaram mais rápidas.

Segundo dados da dissertação de mestrado “Mobilidade urbana em São Paulo: aplicação de soluções imediatas e eficazes”, apresentada em junho pelo pesquisador Jilmar Augustinho Tatto, atual Secretário Municipal de Transportes da capital paulista, a velocidade média desses veículos passou de 13,7 km/h , antes da implantação, para 20 km/h, em 2014, na média nos picos da manhã e da tarde. No período da manhã, a velocidade média dos ônibus na cidade era de 14,3 km/h e passou para 21,5 km/h; já no período da tarde, era de 13,2 km/h e foi para 18,6 km/h.

Para Tatto, as faixas exclusivas foram benéficas, pois proporcionaram, em média, uma economia de tempo de 40 minutos diários aos usuários, contribuindo com o aumento da qualidade de vida da população. Até 2012, a cidade contava com 60 km de faixas exclusivas. Nos dois anos seguintes, elas foram implantadas do lado direito de vias com circulação de mais de 30 ônibus por hora e em vias arteriais com mais de duas faixas por sentido.

Análise

O pesquisador analisou a velocidade média dos ônibus antes e depois da implantação de faixas exclusivas, em especial nas Avenidas Dona Belmira Marin (zona Sul), Corifeu de Azevedo Marques e Jaguaré (zona oeste), Aricanduva e Radial Leste (zona leste), Brigadeiro Luis Antonio (centro), e Cruzeiro do Sul (zona norte). Em todos os pontos analisados houve aumento da velocidade média dos ônibus nos horários de pico.

De acordo com os dados apresentados, na Avenida Dona Belmira Marin – que comporta 23 linhas de ônibus que transportam cerca de 200 mil passageiros por dia – a velocidade média aumentou 165,7%. Foi de 9,5 km/h para 25,2 km/h. São 159 ônibus por hora nos horários de pico. Já na Avenida Jaguaré – na qual circulam 12 linhas de ônibus que transportam cerca de 50 mil passageiros ao dia – o aumento foi de 307,3%. A velocidade passou de 10,8 km/h para 44,9 km/h.

Outras melhorias

Além das faixas exclusivas, a pesquisa revela ainda que o uso de tecnologias e a reestruturação dos semáforos também contribuíram de forma positiva para a melhoria da mobilidade urbana. A criação do Laboratório de Tecnologia e Protocolos Abertos para Mobilidade Urbana, em março de 2014, pela Secretaria Municipal de Transportes, é um desses recursos. Trata-se de um centro de excelência que reúne especialistas para a discussão e o desenvolvimento de alternativas para a mobilidade da cidade, como aplicativos para os usuários e gestores.

Está sendo criado na cidade de São Paulo, segundo Tatto, um Centro Integrado de Mobilidade Urbana (Cimu) que visa reunir dados para auxiliar a otimização da tomada de decisões pelos gestores. Nele estarão integradas a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a São Paulo Transporte (SPTrans), responsáveis pelo trânsito e transporte na capital, respectivamente.

Semáforos

A pesquisa apresenta ainda informações sobre a revitalização semafórica na cidade. Dentro desse programa, até o momento, a CET interveio em 4.350 cruzamentos com semáforos, instalando 1.800 nobreaks e 614 controladores. Também estão sendo implantados semáforos inteligentes (que oferecem a possibilidade de operação à distância, o que contribui para melhorar a mobilidade).

Para Tatto, a quantidade de vias existentes em São Paulo é suficiente para a circulação dos veículos. O problema está no modo como a cidade foi ocupada: individual e privatizado. “É possível para a cidade conviver de forma harmônica com vários os tipos de transportes. Se democratizar, haverá espaço para todos”, conclui.

Fonte: SPressoSP / *Com informações da Agência USP.

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