“Eiffel (1832-1923) era um visionário, uma espécie de Steve Jobs de nossa época”, disse à Agência Efe o arquiteto e pesquisador francês Bertrand Lemoine, promotor da exposição “A epopeia da Torre Eiffel”, organizada em 2009 pelos 120 anos de sua inauguração.
Foram pelo menos 300 operários, recrutados na França, os que construíram uma estrutura nunca vista antes, composta por 2,5 milhões de rebites e com um peso de 10.100 toneladas.
A localização da torre, no oeste da cidade e às margens do rio Sena, foi escolhida por ser a mais agradável da época junto à área militar do Campo de Marte.
“Queriam um salário mais alto. Sabiam que estavam em uma posição de força, pois se deixassem de trabalhar a torre não estaria finalizada no prazo estabelecido”, contou Lemoine. Logo, a empresa cedeu o aumento exigido pelos trabalhadores.
Depois, se opuseram a sua construção os intelectuais da época, como o célebre romancista Guy de Maupassant e Charles Garnier, que projetou a Ópera de Paris.
“Os protestos começaram quando o primeiro andar estava construído. Houve comentários contrários muito agressivos”, declarou Lemoine, que lembrou que a estrutura em seu início não se denominava Torre Eiffel, mas “A torre de 300 metros”.
Este grupo de intelectuais considerou o projeto “muito industrial” pelo ferro utilizado e julgou que rompia a coesão arquitetônica da Paris de então, uma cidade de tons brancos e claros.
Para o especialista, no entanto, o ferro era o material mais lógico para a construção do monumento, no auge da segunda revolução industrial.
Naquela época, os carris construídos com esse material se estendiam pela Europa, assim como as estações de trem e as pontes.
“Além disso, o ferro permitia construir rápido”, salientou Lemoine. Tão rápido que em apenas dois anos, dois meses e cinco dias a obra já estava pronta para servir como pórtico para os visitantes da exposição universal. E tudo isso em uma época na qual escasseava a eletricidade.
A abertura oficial da estrutura aconteceu em 6 de maio de 1889. Desde então, 236 milhões de visitantes estiveram na emblemática construção.
“As torres sempre fascinaram os homens, mas a de Eiffel encarna, por sua modernidade eterna, uma espécie de olhar para o futuro da toda a humanidade”, concluiu Lemoine.