Crítico literário e sociólogo, Candido é uma das maiores referências no estudo da literatura no Brasil e, pelas suas percepções das dinâmicas nacionais, é considerado um dos “intérpretes do país”, ao lado de nomes como Sérgio Buarque de Holanda – que foi seu amigo – e Gilberto Freyre. Falecido em 2017, Candido completaria 100 anos em 24 de julho. A exposição explora, assim, uma vida e uma obra que atravessaram um século.
A mostra é centrada no tema da literatura como direito universal, ideia que o professor desenvolveu no artigo “Direito à Literatura”, e exibe materiais inéditos selecionados do acervo pessoal do homenageado. São notas para ensaios, cadernos de estudo, projetos de pesquisa, um conjunto pelo qual transparece o processo criativo de obras essenciais como a citada Formação… e Os Parceiros do Rio Bonito.
Além disso, a Ocupação promove um colóquio internacional com a presença de pessoas próximas de Candido e do seu trabalho. Nos encontros, que ocorrem de 23 a 25 de maio, compõem as mesas o advogado Celso Lafer, os escritores Antonio Prata e Luiz Ruffato, os professores Šárka Grauová e Pablo Rocca e os pesquisadores José Miguel Wisnik, Marisa Lajolo e Walnice Nogueira Galvão.
Publicação e site
A publicação impressa desta Ocupação segue o espírito da exposição e traz uma seleção de dois cadernos manuscritos de Candido, além de um artigo datilografado e corrigido em que o professor trata das relações entre literatura e sociedade e dos primórdios do entendimento da forma literária romance. Acompanhados de fotos e transcrições, esses fac-símiles contêm preocupações e curiosidades teóricas longevas para o autor. O livro poderá ser retirado no Itaú Cultural ou acessado em issuu.com/itaucultural.
Já no site do programa Ocupação, a seção dedicada a Candido trará a partir da abertura da mostra parte do material do evento, outros manuscritos (como o caderno “Revolucionário”, em que é analisada essa figura da política) e entrevistas com as três filhas do homenageado – Ana Luísa Escorel, Laura e Marina de Mello e Souza –; com José Miguel Wisnik, que foi seu orientando; e com trabalhadores próximos a ele: a doméstica Maria Silva e o taxista Moacir Teixeira. Ainda mais, um bate-papo entre Antonio Prata e Luiz Ruffato.
Também no site está disponível o conteúdo das edições anteriores do Ocupação. Na área de literatura, o arquivo conta com Conceição Evaristo, Hilda Hilst, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues, Haroldo de Campos e Paulo Leminski.
* Se você ficou intrigado com as naturalidades de Candido – São Paulo, Rio, Minas Gerais –, saiba que a informação é extraída de uma entrevista dele à Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas (Flipoços), na qual explica que se define assim “porque eu nasci no Rio, fui com oito meses para Minas, me considero mineiro, mas me fiz aqui em São Paulo…”.
Serviço
Ocupação Antonio Candido
Curadoria: Itaú Cultural e Laura Escorel, neta de Candido.
Itaú Cultural – Av. Paulista, 149 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01311-200.
Visitação: até 12 de agosto de 2018.
Terça a sexta 9h às 20h (permanência até as 20h30).
Sábado, domingo e feriado: 11h às 20h.
Piso térreo.
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Da Redação, como informações do Itaú Cultural.