Também para Horácio Augusto Figueira, mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), a crise econômica “está comendo pelas beiradas”. “É visível que houve essa diminuição. Apesar de não haver parâmetros, é possível perceber que algumas vias estão mais vazias.”
Segundo ele, porém, a saúde financeira do País só explica uma parte da queda nos índices registrada pela CET. Para Figueira, a redução dos limites de velocidade nas Marginais do Tietê e do Pinheiros, determinada em julho do ano passado pela gestão Fernando Haddad (PT), tem peso ainda maior.
“Aumenta a densidade (de veículos). Quando se concentram mais carros por quilômetro, eles se aproximam uns dos outros. Como a velocidade é menor, o risco de colisão diminui”, explicou o especialista. Peixoto também considerou que a medida melhora o aproveitamento do espaço no viário.
Não tem crise.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, destacou as políticas de mobilidade e negou que exista relação entre aeconomia e a queda na lentidão. Ele destacou estudos de 2013 da empresa Tom Tom, que colocava a cidade em 7.º lugar no ranking de “piortrânsito” do mundo. No mesmo levantamento de 2015, a capital caiu para a 58.ª posição, demonstrando, segundo ele, a intervenção governamental.
No levantamento mais recente da Tom Tom (de 2015), Rio, Salvador e Recife aparecem na lista das dez cidades com mais lentidão. O ranking é liderado pela Cidade do México, onde os motoristas passam 59% do tempo em engarrafamentos.“A redução de velocidade foi crucial e estratégica para a melhora da fluidez”, afirmou Tatto. “É como se aumentassem as faixas de rolamento,diminuindo a quantidade de acidentes.”
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Rafael Italiani em O Estado de S.Paulo.