“Recebemos pedidos de ajuda de todos os tipos: desde problemas para lidar com a própria identidade ou com a família até assédio, agressões e tentativa de suicídio. A maioria desses casos são de violência doméstica. Quando uma pessoa é agredida dentro de casa, a gente só sabe quando ela mesma fala, pede ajuda ou procura algum serviço público. Como o Estado não é nada preparado para lidar com esse tipo de caso, geralmente a pessoa sofre em silêncio. É aí que entra o Canal das Bee – com a gente, a pessoa desabafa, pode falar sobre o que está acontecendo e ter um acolhimento digno”, diz Jéssica.
Até então, essa assistência era realizada pelas Bee com o apoio de uma psicóloga voluntária, mas notou-se uma necessidade de ampliar o projeto. Agora, o chamado Bee Ajuda busca meios de conseguir pagar um profissional para se dedicar a fundo no trabalho de acolhimento.
Jéssica também explica que a grande maioria dos pedidos de ajuda são enviados por adolescentes, mas garante que pessoas de todas as idades são bem vindas a entrar em contato. E como vai funcionar o esquema de acolhimento na prática? “O psicólogo não vai fazer terapia ou sessão terapêutica, a ideia não é essa. Ele vai fazer uma espécie de triagem com o que receber. Em alguns casos, a pessoa só precisa realmente de uma conversa, de um ombro amigo, de alguém que mostre que está tudo bem com ela e lhe dê conforto para seguir com a vida.
Em outros, ele encaminhará a pessoa para o serviço local específico, seja algum serviço de psicologia do município, seja em contato com coletivos LGBTs ou psicólogos voluntários”. A previsão é de que mais de 9 mil acolhimentos sejam realizados durante 2017.
A meta da campanha de financiamento coletivo é arrecadar 80 mil reais e, até o fechamento dessa matéria, 38% do valor já havia sido arrecadado. “Chegamos a essa porcentagem com muito suor! A gente achou que estaria ‘melhor’, mas é realmente difícil fazer financiamento coletivo. Segundo o gráfico do site [benfeitoria.com], estamos abaixo do esperado. Mas sabemos que temos uma grande rede de apoio, então pedimos diariamente que as pessoas doem e compartilhem o máximo possível”, conta Jéssica. A vaquinha fica no ar até 13 de novembro e é possível contribuir com valores a partir de R$ 10.
Além de tocar o Bee Ajuda, parte da arrecadação também será destinada a filmagem de um curta-metragem que aborda a vivência lésbica.
O link para contribuir é esse AQUI.
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Por Júlia Warken no MdeMulher do Huffpost Brasil.