Luxemburgo se torna o 1° país do mundo a oferecer transporte público gratuito

Antes da iniciativa luxemburguesa, apenas algumas cidades da Europa tinham executado um plano semelhante.

O país pequeno, porém rico, introduziu a medida como parte de um esforço para “motivar” seus pouco mais de 600 mil habitantes – e os 214.000 passageiros estrangeiros que usam a rede diariamente – a mudar seu comportamento na região montanhosa entre Alemanha, Bélgica e França. As viagens de ônibus, trens e bondes já eram gratuitas aos sábados, mas todas as tarifas foram abolidas ao final desta semana.

Antes da abolição, as vendas preexistentes de bilhetes de 2 euros somavam 41 milhões de euros (cerca de 200 milhões de reais) – ou apenas 8% do orçamento anual de transportes de Luxemburgo, que supera 500 milhões de euros.

O transporte público agora será financiado em grande parte por meio de impostos que compõem o orçamento nacional. Isso deve significar uma economia de viagens para famílias “de baixa renda”, disse o ministério de Bausch. “O esquema se aplica a residentes, viajantes internacionais e turistas”.  A decisão deve representar cerca de 100 euros de economia anual por lar.

“Você não precisará mais de uma passagem para embarcar em nenhum ônibus, trem ou bonde nacional”, proclamou o consórcio de transporte público de Luxemburgo neste sábado.

No entanto, a empresa alertou os luxemburgueses: “O transporte público gratuito termina na fronteira; portanto, você deve obter um bilhete ou passagem além das fronteiras se planeja viajar para fora do território do Grão-Ducado”. Também será necessário comprar bilhetes para viagens de primeira classe em trens.

As máquinas de bilhetes serão retiradas gradualmente. Contudo, os pontos de venda de bilhetes internacionais – que levarão em conta a gratuidade no Grão-Ducado – e de primeira classe vão permanecer nas estações.

Para combater os congestionamentos, Luxemburgo abriu em 2017 a primeira seção do serviço planejado de bonde, desde a periferia sul da capital até o aeroporto ao norte.

Agora, o país está focado em antecipar a demanda de viagens, dobrar as vagas de estacionamento “Park + Ride”, especialmente nas fronteiras, e estabelecer ciclovias “coesas” em sua paisagem de 2.586 quilômetros quadrados.

Uma pesquisa realizada em 2018 pela TNS Ilres constatou que os carros em Luxemburgo representavam 47% das viagens de negócios e 71% do transporte de lazer. De acordo com o Índice de Tráfego Global da empresa de análise de dados INRIX, os motoristas da capital luxemburguesa passaram em média 28 horas presos no trânsito em 2017.

Grão-Ducado europeu aboliu no sábado dia 29/02, a cobrança em viagens de trem, ônibus e bonde em todo o seu território nacional. Foto: Getty Images.

Luxemburgo, por área um dos menores estados soberanos da Europa, mas um dos quatro assentos da UE, incluindo o Tribunal de Justiça Europeu, conta com passageiros que viajam diariamente da França, Bélgica e Alemanha.

O ducado de 614.000 pessoas, com salários comparativamente altos ao resto da Europa, está enfrentando um forte crescimento da população. Quase metade dos habitantes é estrangeira, incluindo cidadãos portugueses residentes que representam 18% e franceses com 13%.

Bausch, um ex-funcionário ferroviário luxemburguês do Luxemburgo e membro do Partido Verde, também é vice-primeiro ministro do Luxemburgo em um governo de coalizão liberal-social-democrata-verde de três partidos, renovado em 2018 e chefiado pelo primeiro-ministro Xavier Bettel.

O acesso gratuito é apoiado pelo sindicato dos transportes (5.000 membros) Fncttfel-Landesverband. “Os tempos de viagem devem ser competitivos com o carro”, ressalva, contudo, o secretário geral, Georges Melchers.  Já o Movimento Ecológico diz que não faz questão na gratuitidade do transporte público. “Para nós, a qualidade da oferta é o ponto crucial para tornar o transporte público mais atraente, e não o fato de ser gratuito. Nos horários de pico, as capacidades esgotam-se”, salienta o presidente da associação ambiental,  Blanche Weber.

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Fonte: Deutsche Welle.

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