Anunciada no final de 2016, a MOIA surge como a resposta do Grupo Volkswagen à mudança nos interesses das novas gerações em termos de propriedade automóvel e de mobilidade, procurando ao mesmo tempo obter soluções diversificadas que promovam uma maior sustentabilidade e democratização dos seus serviços, seja através de modelos de ‘carsharing’ (carros compartilhados), seja através do sistema de ‘ridesharing’ (transporte público a baixo custo).
Desta forma, com esta nova marca, a Volkswagen quer assegurar a sua presença numa nova esfera de mobilidade, como explica o CEO do grupo, Matthias Müller, que aponta “mesmo que nem todos venham a ter carro próprio no futuro, a MOIA vai ajudar a fazer com que todos continuem a ser clientes da nossa companhia de uma forma ou de outra”.
Compartilhamento para todos
Matthias Müller explicou que esta é a marca do Grupo para alavancar a mobilidade das novas gerações. Foto: Divulgação.
Tendo a conectividade como principal sustentáculo, a MOIA pretende ir ao encontro das novas tendências da indústria automobilística, englobando as temáticas dos “elétricos, autônomos e compartilhados, criando e desenvolvendo soluções de mobilidade para todas as marcas do grupo”, diz o diretor de Marketing Estratégico e Relações Externas da SIVA, Ricardo Tomaz.
Um bom exemplo desse esforço está na integração cada vez mais profunda da tecnologia elétrica, vista como parte fundamental dos planos da MOIA, bem como as noções de compartilhamento de veículos e autonomização, as quais irão contribuir para viagens mais ‘limpas’ e, sobretudo, menos demoradas nas cidades do futuro.
A primeira manifestação física dessa intenção foi a apresentação de um pequeno carro urbano com base numa Volkswagen Transporter T6, equipado com um motor elétrico e capacidade de até seis pessoas que funciona de forma ‘ridesharing’”, acrescentou Ricardo Tomaz, apontando esse veículo como o primeiro vértice do esforço da nova marca.
Apresentado em dezembro de 2017, este novo meio de transporte vai chegar às estradas de Hannover, Alemanha, ao longo deste ano, numa fase inicial com cerca de 200 unidades, cada uma com autonomia em torno de 300 quilômetros. Este é apenas o primeiro passo rumo à expansão para outros mercados, como o norte-americano, ao qual deverá chegar em 2025. O CEO da MOIA, Ole Harms, estabeleceu um objetivo ambicioso para esta sua nova marca: “Em 2018, estaremos preparados para lançar o nosso conceito de compartilhamento internacionalmente e dar os primeiros passos rumo ao nosso objetivo de reduzir o número de carros nas grandes cidades em cerca de um milhão na Europa e nos EUA até 2025”.
MOIA Concept a postos
Desenvolvido ao longo do último ano, o MOIA Concept (apresentado na TechCrunch de Berlim em dezembro) é o primeiro resultado palpável dos esforços da nova marca do Grupo Volkswagen. Tendo por base a Transporter T6, quase tudo foi alterado para um formato de transporte compartilhado. O motor elétrico tem autonomia para 300 quilometros e com possibilidade de carga de 80% da bateria em apenas 30 minutos. A bordo, os seis lugares individuais permitem ligações Wi-Fi e tomadas USB para carregamento de smartphones ou tablets, havendo ainda iluminação ambiente ajustável para viagens mais tranquilas.
A utilização do veículo poderá ser feita através de uma aplicativo a partir da qual o cliente poderá reservar e pagar pelo serviço. Aproveitando as possibilidades que a conectividade vem trazendo, esta aplicativo irá mostrar quantos carros estão disponíveis e qual o custo da viagem.
Um algoritmo irá depois agregar os passageiros por grupos de acordo com os seus destinos ou percursos de forma a completar a lotação de cada veículo e evitar desvios. Por enquanto, a condução autônoma ainda não faz parte dos atributos do MOIA Concept, contando este veículo com um motorista, ao qual uma aplicação específica dá as indicações dos passageiros para buscar e informações de tráfego.
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Por Pedro Junceiro no Motor 24. Fotos: Divulgação / Grupo Volkswagen.
