Morre Maria Alice Vergueiro que marcou sua trajetória no Teatro e com o viral ‘Tapa na Pantera’

— É triste porque é muita gente importante na história do teatro indo embora ao mesmo tempo. Maria Alice era uma luz muito forte para nós artistas que não somos “mainstream”, que não seguimos carreira na televisão, e, sim, por uma área de pesquisa teatral. Ela mostrava para nós que era possível seguir essa trajetória de maneira digna — destaca Ivam Cabral, dramaturgo e integrante do grupo Satyros.

Maria Alice nasceu em São Paulo em janeiro de 1935, formou-se em pedagogia e chegou a ser professora universitária, mas foi nos palcos, no cinema e na televisão que construiu uma extensa carreira.

Maria Alice Vergueiro e Cacá Rosset em "O Avarento" de Molière. Foto: Teatro do Ornitorrinco.

Estreou no teatro em 1962 em “A mandrágora”, de Augusto Boal. Em seus mais de 50 anos de profissão, integrou grandes grupos de teatro brasileiro, como o Teatro de Arena, o Teatro Oficina e o Teatro do Ornitorrinco, de que foi uma das fundadoras ao lado de Cacá Rosset e Luiz Roberto Galízia. Atuou em alguns dos mais importantes e instigantes espetáculos da cena paulistana nos últimos 40 anos. Entre eles: “O rei da vela”, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, que veio a se transformar em filme; “Mahagony Songspiel (Cacá Rosset)”, e “Electra Com Creta, Katastrophé” (Rubens Rusche). Ficou conhecida no teatro paulistano como “dama do underground” ou “velha dama indigna”.

Ileana Kwasinski, Maria Alice Vergueiro e Marco Miranda em "Sassaricando" no final da década de 1980. Foto: TV Globo.

No Teatro Ornitorrico também foi assistente de direção na peça Cacá Rosset em “Sonho de uma noite de verão”. Em 1992, atuou e dirigiu o espetáculo “O amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim” (Federico Garcia Lorca). Em 1995, dirigiu a peça “Quíntuplos”. Em 2002, já afastada do grupo, adaptou “Mãe coragem”, no qual atuou sob a direção de Sérgio Ferrara ao lado de Rubens Caribé, José Rubens Chachá e outros.

Em 1987, quando interpretou a Lucrécia na novela “Sassaricando”, contracenou com um núcleo de atores e atrizes de trajetória teatral, entre os quais Ileana Kwasinski, Jandira Martini e Paulo Autran.

"Tapa na Pantera" se tornou um dos primeiros virais da internet brasileira, em 2006. Reprodução Youtube.

Em 2006, ficou mais conhecida pelo curta-metragem de ficção “Tapa na Pantera“, dirigido por Esmir Filho, Mariana Bastos e Rafael Gomes. No filme, um dos primeiros vídeos virais do Brasil, interpreta uma senhora que fuma maconha há trinta anos e fala sobre suas experiências com a droga. O personagem foi criado pela própria atriz. O curta fez sucesso na internet em menos de uma semana após ter sido posto no site YouTube.

***
Fonte: Extra. Edição: São Paulo São. 

Tags

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on pinterest
Share on linkedin
Share on email
No data was found

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Categorias

Cadastre-se e receba nossa newsletter com notícias sobre o mundo das cidades e as cidades do mundo.

O São Paulo São é uma plataforma multimídia dedicada a promover a conexão dos moradores de São Paulo com a cidade, e estimular o envolvimento e a ação dos cidadãos com as questões urbanas que impactam o dia a dia de todos.