De 7 de novembro a 6 de dezembro, a exposição que conta com a curadoria de Camila Bechelany – também pesquisadora e editora, com foco em arte e política – ocupará o parque, pela primeira vez em sua história, com dez instalações pela extensão da área verde. Acontecendo totalmente ao ar livre, a Mostra promove ressignificação do nosso envolvimento com a arte em um momento em que estar dentro de uma sala de museu se tornou complicado.
Com a temática “Lugar Comum: travessias e coletividades na cidade” o conceito desenvolvido para a Mostra explora a relação de cada indivíduo como participante ativo e receptivo no meio urbano. A proposta curatorial nos faz refletir que por meio de nossas experiências particulares e coletivas temos papel de agentes transformadores do espaço público.
O edital – que teve um papel muito importante no atual momento de crise no mundo cultural – inicialmente previa somente três artistas selecionados, porém devido às circunstâncias vividas pelos artistas e à grande procura, a equipe da Mostra decidiu disponibilizar uma quarta vaga. Sendo assim, os selecionados foram: Maré de Matos (SP), Narciso Rosário (PI), Coletivo Foi à Feira (SP e ES) e a dupla Gabriel Scapinelli e Otávio Monteiro (SP). Os convidados para a Mostra são Camila Sposati (SP), Cinthia Marcelle (MG), Diran Castro (SP), Lenora de Barros (SP), Luiza Crosman (RJ) e Rafael RG (SP).
Após a chegada da pandemia e suas limitações, tanto as obras quanto a Mostra foram completamente repensadas. “Tivemos momentos de muitas reflexões durante o processo, tínhamos muitas dúvidas sobre como seria trabalhar em uma montagem e na abertura de uma exposição durante a crise sanitária, e foi preciso reavaliar cada uma das obras até chegar no formato ideal, que levasse em consideração a segurança dos artistas e do público, além de repensar os projetos conceitualmente para que fizessem sentido de existirem num mundo em pandemia.”, conta a curadora Camila Bechelany.
As obras
O Coletivo Foi à Feira – composto atualmente por Clarissa Ximenes, Gabriel Tye Luís Filipe Pôrto, Matheus Romanelli e Rayza Mucunã – apresenta o projeto “Objeto Horizonte”. Rafael RG apresenta duas obras: “O Brilho da Liberdade Diante dos Seus Olhos” e “Astral”. Será possível olhar para o céu e vivenciar a obra “O QUE OUVE” de Lenora de Barros. Através da equação “[terra> tijolo= forno] + farinha x pão” a dupla Gabriel Scapinelli e Otávio Monteiro realizou um projeto participativo para entender os processos colaborativos envolvidos na arte de se fazer pão. A obra de Narciso Rosário, “Canteiro Suspenso”, traz a discussão de como os cidadãos se relacionam com a produção dos alimentos. “Entre o Mundo e Eu/A caminho de casa” é a obra de Diran Castro que tem objetivo de chamar atenção do público para o processo de gentrificação do Parque Ibirapuera e da cidade de São Paulo. A Mostra, que demonstra um desejo de aguçar sentidos, ressalta a sensorialidade com “Teatro Parque Arqueológico”, obra de Camila Sposati. Cinthia Marcelle fará uma releitura de “Geografia, da série Unus Mundus (São Paulo)”, obra feita no Museu da Pampulha em 2004. O futuro, a terra, o solo, o tempo. Temas recorrentes na discussão sobre a vida em coletividade, potencializados pelas obras, ganham mais um impulso através de “O mundo versus o Planeta”, projeto de Luiza Crossman. Maré de Matos discute a coletividade por meio de um espaço construído para que se celebrem as diferenças na sociedade, em “Púlpito Público”.
Serviço
10ª Mostra 3M de Arte.
Tema: “Lugar Comum: travessias e coletividades na cidade”.
Data: 7 de novembro a 6 de dezembro.
Horário do educativo da Mostra 3M de Arte: 10h às 21h.
Local: Parque Ibirapuera.
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n.
Grátis.
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Com informações da Agência Lema.