O projeto, que tem curadoria do Sesc e de João Nascimento, destaca a produção de matrizes africanas sobre suas trajetórias de vida, posicionamentos sociopolíticos e estéticos, além de celebrar o protagonismo negro. A temporada traz atrações musicais, dança, teatro, performance, literatura, cinema, artes visuais, rodas de reflexão e debates, que acontecerão até março de 2017, nos diversos espaços da unidade.
A palavra “Motumbá”, escolhida para intitular o projeto, é de origem Yorubáque e, mais do que uma saudação, significa “bênção” entre os nagôs (identidade étnica criada pelo tráfico de escravos). O evento pretende recontar mitos e colocar o foco das discussões em memórias e tradições, apresentando novas linguagens e criações, discutindo a existência, refletindo e problematizando a história e suas narrativas, a fim de revelar as belezas negras da sociedade brasileira.
“É uma oportunidade para construir e apresentar a diversos públicos um abrangente panorama artístico produzido por brasileiros, bem como artistas estrangeiros convidados. Reunir, em um único espaço, artistas da cena preta como um ato simbólico de afirmação, valorização e fortalecimento das culturas de resistência ao mercado eurocêntrico que privilegia determinadas linguagens, estilos e pensamentos. Esta mostra contempla a magnitude de poéticas, estéticas e temáticas a partir de abordagens representativas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negros e/ou periféricos e/ou trabalhos sólidos que possuem profundidade e verticalidade em pesquisas acerca de uma cultura brasileira de matrizes africanas, legitimados por trajetórias de vida e posicionamentos sociopolíticos”, destacou a equipe de curadores.
A programação dos próximos fins de semana de novembro contará com shows musicais do Vox Sambou e do Grupo Opanijé. Além da palestra “O Corpo Negro na Dança”, seguida da exibição do longa “Um Filme de Dança”. E a Cia. Étnica completa as atrações com um espetáculo e oficina.
“É central a noção de representatividade nessa iniciativa que propõe dar visibilidade para a produção artística negra, abrindo espaço para debates, circulação de pensamentos e construção de olhares contemplativos que questionem preconceitos e noções hegemônicas sobre as artes e manifestações culturais. Com isto, espera-se estimular a ressignificação de termos pejorativos, hábitos eurocêntricos culturais herdados por uma história que folcloriza, estereotipa e não abarca potências das artes de matrizes negras e periféricas”, diz a curadoria.
Para os meses seguintes estão previstos shows variados, como “Hip Hop das Minas”, sob o comando de Yzalú com parceiras do hip hop, do ativismo periférico e do feminismo negro; o “Baile dos Orixás”, com Guga Stroeter & Orquestra HB; entre outros. Na dança os destaques ficam por conta dos espetáculos “ Yebo”, com Gumboot Dance Brasil; “O Reino do Outro Mundo – Orixás, com a Cia. Rubens Barbot; e “Terreiro Urbano, com o grupo Treme Terra. Também será apresentada a peça teatral “Isto Não É Uma Mulata” e a performance “Bombril”, que reflete a inferiorização à qual o negro é submetido devido a sua estética. Além de debates, exibição de filmes e ateliês de artes manuais.
Confira a programação aqui!
Serviço
Motumbá: Memórias e Existências Negras
Local: Sesc Belenzinho
Endereço: R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho, São Paulo – SP, 03303-000
Para mais informações e ingressos: ligue (11) 2076-9700 ou clique (aqui).
Agendamento de grupos: pelo e-mail agendamento@belenzinho.s
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Fonte: Redação GGN.