O cardápio é simples. São oito ou nove opções de pratos quentes durante a semana, além de saladas e grelhados, com nhoque às quintas-feiras e feijoada às quartas e sábados. Tudo feito no fogão a lenha. O preço do bufê varia – nos finais de semana e feriados é um pouco mais caro – com bebida e sobremesa à parte. Para quem gosta de doce, as sobremesas são irresistíveis: ambrosia, pudim de leite, doce de abóbora e mousse.
O ambiente é rústico, a decoração é bem simples e despojada de qualquer preocupação com conforto e luxo, mas bastante agradável. Há mesas cobertas e ao ar livre. Quem escolher a segunda opção, invariavelmente terá a companhia dos cachorros Jorjão, Robinho, Galego e Nina e dos beija-flores que costumam aparecer por lá. Eles são os primeiros a receber a atenção de Douglas, logo pela manhã.
Mas é justamente esse clima descontraído, o tempero caseiro e a hospitalidade típica do interior que fazem o sucesso da casa. “As pessoas aqui se sentem à vontade”, diz Douglas. Sua preocupação no momento é tornar o restaurante acessível a quem tenha necessidades especiais. “Vai ficar melhor para os clientes que quiserem trazer os pais e os avós para um almoço em família.”
Douglas tem uma história de superação. “Você sabe o que é dormir rico e acordar pobre?”, pergunta. “Foi exatamente o que aconteceu comigo.” Ele havia entrado para o ramo de importação de pneus usados e prosperou, mas foi pego no contrapé com o fim das liminares que permitiam a transação. Estava construindo um prédio e teve que vender tudo o que tinha para saldar suas dívidas.
Todo esse processo culminou no fim do seu casamento e lhe rendeu uma profunda depressão. Um amigo, Chico, ofereceu o imóvel para que ele montasse uma mercearia. E foi dessa forma que começou o restaurante, há 10 anos. Cansado de comer os mesmos lanches que vendia, resolveu cozinhar para ele e uma ajudante. O aroma seduziu os clientes e, de duas ou três refeições por dia, que servia na época, viu esse número saltar para 3 mil, em média, por mês, atualmente.
Aos finais de semana, é Douglas quem pilota a chapa de onde saem suculentas picanhas e outras carnes, deixando a atenção aos clientes por conta da simpatia de sua atual esposa, Cirlene, seu braço direito; da cozinheira, Lala, conhecida por servir bolinhos quentinhos de arroz na mesa do clientes, e das atendentes, sempre atenciosas.
Durante a semana, no entanto, apesar da correria do dia-a-dia, quem quiser certamente conseguirá ter com Douglas um dedinho de prosa. História pra contar ele tem e muita.
Serviço
Mercearia do Prosa
Estrada da Roseira, 5555 – Serra da Cantareira – Mairiporã – SP.
Tel.: (11) 4485-4487.
Horário de funcionamento: todos os dias para o almoço, das 11h30 às 16h; finais de semana e feriados, das 11h30 às 17h.
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Por Maria Lígia Pagenotto no Sampa Inesgotável em parceria de conteúdo com o São Paulo São.