Na OCA, restrospectiva ‘Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos‘ retrata momentos históricos do país

— Não vejo a mostra reduzida a uma linha de transversalidade. Em vez disso, vejo um emaranhado, uma teia de direções formadas por artistas que vão desde o Barroco até representantes dos séculos 19, 20 e 21 — disse Herkenhoff, em evento de apresentação da exposição, que fica em cartaz na Oca de 25 de maio a 13 de agosto.

Homenagem a Pitágoras (2012), de Felippe Moraes. Foto: Divulgação.

Herkenhoff, Thais e Veras organizaram as quase oito centenas de obras em 20 núcleos espalhados pelos quatro andares do edifício projetado por Oscar Niemeyer. Cada piso tem uma organização temática por período e cruzamentos de olhares, a partir do térreo, com “São Paulo” e “De memória e matéria”; no subsolo, com “Da numismática à cibernética”; o primeiro andar, com “Expressão e racionalidade”, e o segundo andar, com “Uma invenção simbólica do Brasil: África e barroco”.

— Não precisa ser um iniciado para percorrer a mostra. Traga você, é o que basta para formar um olhar. Cada um vai organizar o seu percurso com sua capacidade de absorção —disse o curador-chefe.

Porto de Santos, obra de Benedito Calixto (1890). Foto: Sergio Guerini / Divulgação Itaú CulturalEntre os principais destaques da exposição, está a escultura “Spider”, de Louise Bourgeois, que pela primeira vez sai do local onde estava instalada desde 1997, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, para dentro da Oca. Ou uma escultura de mais de cinco metros de altura de Ascânio MMM, comissionada ao artista por Olavo Setúbal nos anos 1970 quando era prefeito da cidade. Removida em 1989 da Praça da Sé, onde dividia espaço com obras de Sergio Camargo, Rubem Valentim e Felícia Leirner, foi dada como irrecuperável e agora foi reconstruída especialmente para a mostra.

Há também raridades como dois mapas do século XVII: “Jodocus Hondius: AmericaSeptentrionalis” (1613) e “Henricus Hondius: Accuratissima Brasiliae Tabula” (1630) e seis livros do mesmo período. Estas obras antigas dividem espaço com obras contemporâneas, de artistas como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Vik Muniz, Berna Reale, Jaime Lauriano, Ayrson Heráclito e Eder Oliveira.

Desmontagem da escultura “Spider”, de Louise Bourgeois, que foi do MAM para a Oca, no Parque do Ibirapuera. Foto: Agência Ophélia / Divulgação.Além do Acervo de Obras de Arte Itaú Unibanco, o conjunto incorpora mais 46 obras recém adquiridas, 17 delas para reforçar o núcleo afro-brasileiro. Entre as aquisições, estão uma fotografia de Claudia Andujar, duas pinturas de Fernando Lindote, três obras de João Loureiro e mais três de Leonardo Finotti.

Serviço

Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
de quinta 25 de maio a domingo 13 de agosto de 2017.
Oca – Avenida Pedro Álvares Cabral – Portão 3 – Parque Ibirapuera.
Terça a domingo | 9h às 18h
Livre para todos os públicos.
Entrada gratuita.

***
Por Alessandro Gianini em O Globo.


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