Com o mote “Uma Mina Ajuda a Outra”, a campanha Carnaval Sem Assédio, promovida pela revista Azmina, também lançou a marchinha Se Você Quiser:
“Se você diz não/ Eu sei que é não/ (ô se é não)
E que só é sim/ Se assim você disser
Não importa o que é/ que você vai vestir
Eu não vou te tocar/ Sem você consentir”
Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã desta quinta-feira hoje (23), Nana Queiroz, diretora da Azmina, que também ficou conhecida pela campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada, diz que a ideia para o carnaval desse ano é que as mulheres enfrentem o assédio coletivamente. “As mulheres precisam se organizar em grupos quando vão reagir ao assédio. Os homens podem ser mais fortes, mas nós somos mais, somos muitas”, afirmou à repórter Anelize Moreira.
“A gente constrói uma noção da mulher como objeto sexual em que a própria noção de elogio está distorcida. O carnaval é uma grande oportunidade para a gente repensar padrões sexuais da cultura brasileira”, afirma Nana.
Apito do Respeito
Também para combater o assédio, três amigas que pulavam o carnaval de 2016 em São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, criaram a campanha Apitos do Respeito. “O apito é uma forma de inibir. Como a gente viu no ano passado, funciona. O cara vem pôr a mão, você apita, ele assusta e sai”, explica Mariana Gabus.
“Infelizmente a gente ainda precisa falar para os homens que pôr a mão sem ser convidado não é legal, puxar o cabelo não é legal, forçar o beijo não é legal. Paquerar é uma delícia, quando as duas pessoas querem. Quando uma não quer, é assédio”, completa.
Clique e assista o clip ‘‘Se você Quiser“‘‘Se você Quiser“, com Bruna Caram e Chico César!
Ação em blocos de Carnaval prega respeito às mulheres e comunidade LGBT
A organização Engajamundo realizará durante todo o período de Carnaval a campanha #CarnavalCONsentido, que abrange tanto o ambiente das redes sociais, com o uso da hashtag que dá nome à iniciativa, como o corpo a corpo em uma ação presencial em bloquinhos de Carnaval em várias cidades brasileiras. Em São Paulo, a primeira ação ocorre amanhã, no bloco “Eita, Fudeu”, que concentra a partir das 14h na altura do número 269 da Rua Rui Barbosa, no Bixiga.
A ação desenvolvida pelo Grupo de Trabalho de Equidade de Gênero do Engajamundo, iniciativa de Raquel Rosenberg que faz parte do projeto Red Bull Amaphiko, incluirá a distribuição de diversos adesivos que alertam para situações corriqueiras do Carnaval que configuram assédio, abordagem que também será usada nas ações online, que contemplam a propagação de posts e gifs e também a produção de vídeos com paródias de marchinhas de Carnaval marcadas por uma visão preconceituosa.
Além de São Paulo, a ação #CarnavalCONsentido também ocorrerá em Vitória, Belo Horizonte, Recife, Caruaru, João Pessoa, Salvador, Curitiba e São Luís do Maranhão.
Frases usadas em posts e adesivos:
– Seu eu digo não é NÃO, PORRA.
– Se você passar a mão na minha bunda sua mente é imunda.
– Ouvir me dá até arrepio: cantada não é elogio.
– Se levou um fora, só aceita e vai embora.
– Não pague de machão, respeite minha rejeição.
– Menino não me amola se eu não tô te dando bola.
– E se o assédio fosse com você?
– Para de se incomodar, LGBTs também podem beijar.
– Se me agarrar não vou beijar.
– Mulheres não se beijam pro seu entretenimento.
– O espaço é público mas meu corpo não!
– Respeita as mina
Frases usadas nos gifs:
– Puxa o meu cabelo e nunca vai ver meu grelo.
– Se você passar a mão na minha bunda sua mente é imunda.
– Beijar não é competição, não quero que me agarrem não.
– Se levou um fora, só aceita e vai embora.
– Sem infantilidade, insistir é sacanagem.
– Se eu quiser eu vou na hora, se não, eu caio fora.
– Menino não me amola se eu não tô te dando bola.
– É carnaval e não um rodízio.
– Para de se incomodar, LGBTs também podem beijar.
– Minha boca, minhas regras.
– O espaço é público mas meu corpo não!
– Respeita as mina.
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Com informações Agência Lema e Rede Brasil Atual.