“Como sou bailarina desde criança, tenho uma relação com o movimento muito intrínseca na minha vida. Então, procuro caminhar o máximo que posso. Por exemplo, se tenho opção, no metrô, de subir a escada normal ou usar a rolante, eu opto pela escada mesmo; se posso descer do ônibus um ponto antes da minha casa, eu escolho isso. O nosso corpo foi feito para estar em movimento. No dia a dia, a gente às vezes fica muito sentada, então é importante aproveitar as situações para se mexer. O sedentarismo não é bom para ninguém, principalmente por causar dores no corpo e até questões de saúde mental”.
Poder de mudança
“Tudo o que posso fazer a pé eu faço a pé. Uso muito o transporte público, porque não curto muito a ideia do carro em São Paulo: a gente já tem um trânsito gigantesco. Fico um pouco triste pelo transporte ser ruim em muitos momentos, mas ainda assim é uma opção coletiva e cabe a nós usuários e cidadãos cobrar para que as coisas melhorem. Acredito nesse poder de mudança, mesmo que paulatinamente”.
Experimento social
“Eu quis fazer esse ensaio de fotos na rua para testar a reação das pessoas ao ver algo que não está no seu cotidiano. Eu sinto que em São Paulo, mais que em outras cidades, o pessoal não se importa se uma pessoa morrer do seu lado. Já vi gente passar mal em trem e as pessoas não se importarem. Na avenida Paulista, ao ar livre, senti mais indiferença, até porque eles estão acostumados com os eventos e coisas atípicas, mas no metrô eu senti uma curiosidade um pouco maior. E no parque Trianon e no Masp as pessoas paravam para falar comigo. Além de ensaio fotográfico, foi um experimento social”.
Café com as tias
“Quando a quarentena acabar, a primeira coisa que quero fazer é tomar café da manhã com as minhas tias, que ajudaram a me criar, e são já senhoras. Todo domingo eu tomava café com elas e estou sentindo muito falta… Depois também quer ver meus amigos e os meus alunos. Valorizar esses momentos é sempre importante.”
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