<p>Ele já foi desejado e idolatrado, mas nos últimos anos o carro não tem o mesmo apelo de antes, especialmente para as novas gerações. Pesquisa feita no final de 2018 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em onze capitais brasileiras, mostrou que 61% dos entrevistados entre 18 e 35 anos não desejam comprar um carro nos próximos cinco anos.<br /><br />A pandemia pode ter mudado um pouco esse quadro, devido à necessidade de isolamento, mas estudiosos de tendências apontam para uma queda expressiva do modal nos países desenvolvidos, em função da alta de valores como saúde, sustentabilidade e economia financeira.<br /><br />No Brasil temos ainda um longo caminho a percorrer, pois o carro é associado a status e poder, além do fato de que não tivemos, historicamente, investimentos no transporte coletivo. Ao contrário do que acontece lá fora, aqui as elites torcem o nariz para o ônibus, o trem e o metrô. E isso é péssimo, pois não se valoriza publicamente o que deveria estar no topo da pirâmide. Além disso, pedestres, que formam a maioria no país – e que são a maioria das vítimas em acidentes de trânsito – precisam ser priorizados, cuidados e protegidos. Como os ciclistas, eles não poluem e ajudam a reduzir os congestionamentos nas cidades, tornando-as mais saudáveis e acolhedoras.</p>
<p><img class=” size-full wp-image-16538″ src=”http://e2d3ucn6kv4.exactdn.com/wp-content/uploads/2021/07/car_sharing_frota_alinhada_640x373.jpg” alt=”O carro hoje não é mais sinal de status, como era no século 20, símbolo de poder e até virilidade. Foto: Getty Images.” width=”640″ class=”img-responsive” style=”display: block; margin: 10px auto;” />Confira algumas opiniões de especialistas sobre o carro:<br /><br />“Não existe nenhuma cidade grande no mundo que tenha resolvido seu problema de mobilidade urbana investindo no transporte individual motorizado.”<br />Carlos Aranha, do Grupo de Trabalho de Mobilidade Urbana da Rede Nossa São Paulo.<br /><br />“A cidade avançada não é aquela onde os pobres andam de carro, mas aquela onde os ricos usam o transporte público.”<br />Enrique Peñalosa Enrique, ex-prefeito de Bogotá.<br /><br />“O carro é uma ideia ultrapassada nas cidades; as pessoas são mais importantes do que eles”.<br />Jan Gehl, arquiteto e urbanista dinamarquês.<br /><br />“O modelo clássico que existiu até hoje, fundamentado no carro individual movido a combustível fóssil, está com os dias contados.”<br />Lucio Gregori, engenheiro e ex-secretário municipal de transportes.<br /><br />“Os jovens alemães das grandes cidades já não valorizam o carro, mas no Brasil isso ainda é muito forte. É o que chamamos de ‘egomóvel’, porque não é funcional, é mais um símbolo de status.”<br />Martin Gegner, doutor em Sociologia Urbana pela Universidade Técnica de Berlim<br /><br />“O automóvel é, talvez, o grande vilão da mobilidade nos grandes centros porque está tomando o espaço das vias, com uma média de ocupação de 1,4 pessoa”.<br />André Loureiro, diretor geral do Pinterest.</p>
<p>”O carro é um objeto de desejo e paixão. Nas ruas da cidade, porém, transforma-se num transporte desajeitado, poluidor e ineficiente”. <br />Mauro Calliari,&nbsp;administrador de empresas, mestre em urbanismo e consultor organizacional.<br /><br />Leia também:&nbsp;<a href=”conteudos/colunistas/4793-como-as-novas-gera%C3%A7%C3%B5es-se-movem.html” title=”Como as novas gerações se movem” itemprop=”url”>Como as novas gerações se movem<br /><br /></a>***</p>
<p><img class=” alignleft size-full wp-image-15574″ src=”http://e2d3ucn6kv4.exactdn.com/wp-content/uploads/2020/09/pro_coletivo_logo_novo_50x50.jpg” alt=”” width=”50″ height=”50″ class=”img-responsive” style=”margin-top: 10px; margin-bottom: 10px; float: left;” />Conteúdo semanal assinado pelo&nbsp;<a href=”https://www.procoletivo.com.br/”>Pro Coletivo</a>, blog parceiro de conteúdo, especializado em assuntos da multimodalidade.</p>