São cerca de 90 fotografias, além de revistas, publicações e outros materiais que apresentam sua trajetória fotográfica no Brasil. Seu acervo, com cerca de 14 mil negativos, pertence ao IMS desde 2000.
A exposição, com fotografias produzidas nas décadas de 1950 e 1960, apresenta o olhar humanista da fotógrafa sobre várias cidades brasileiras. Como uma crônica, seu olhar percorre um período de intenso desenvolvimento, mas sem mascarar contradições e dificuldades.
Alice registrou belas imagens de São Paulo, mas também o descontentamento de seus habitantes. Além de fotografar outras capitais, como Rio de Janeiro e Salvador, acompanhou também a comitiva da Fundação Brasil Central, em que deputados visitaram regiões do Centro-Oeste do país para acompanhar obras em andamento.
A mostra ficará em cartaz até 10 de janeiro de 2016 e inclui também retratos dos amigos Alfredo Volpi, Roberto Burle Marx, João Vilanova Artigas, Francisco Rebolo e Rino Levi, além de imagens produzidas para revistas como a Habitat, editada por Lina Bo Bardi.
Alice Brill (Colônia, 1920 – Itu, 2013)
Nasceu em Colônia e, aos 14 anos, mudou-se para o Brasil, em fuga do nazismo. Em 1940, frequentou o Grupo Santa Helena, associação informal de pintores paulistas. Ganhou uma bolsa de estudos em 1946 e, com ela, deu continuidade à sua formação na New Mexico University (Albuquerque) e na Art Student’s League (Nova York). De volta ao Brasil, trabalhou na revista Habitat, documentando arquitetura e artes plásticas. Participou da 1ª Bienal de São Paulo (1951), realizou dezenas de exposições de artes plásticas e fotografias no Brasil e no exterior e dedicou-se à crítica de arte, tendo artigos publicados no jornal O Estado de S. Paulo e reunidos no livro Da arte e da linguagem (Perspectiva, 1988). Em 2005, o Instituto Moreira Salles organizou a retrospectiva O mundo de Alice Brill. Desde o ano 2000, sua coleção de 14 mil negativos está sob a guarda do IMS.
Serviço
“Alice Brill: impressões ao rés do chão”
Fonte: Instituto Moreira Salles.