A resposta diz respeito a mais simples, saudável, econômica e sustentável forma de locomoção: o transporte ativo, ou seja, a caminhada e a bicicleta. Caminhando ou pedalando, a criança e o jovem mantêm a distância necessária nessa fase, se exercitam e ainda contribuem para melhorar a nossa qualidade do ar.
A questão é que nem sempre é possível manter a mobilidade ativa, especialmente quando as distâncias são grandes. O princípio da “cidade de 15 minutos”, criado pelo cientista franco-colombiano Carlos Moreno e que inspirou o São Conexões do São Paulo São – em que os moradores têm acesso a tudo o que precisam a apenas 15 minutos de caminhada – ainda não é uma realidade por aqui. Apenas alguns bairros mantêm serviços e estruturas bem desenvolvidas de educação, saúde, cultura, lazer e esporte, além de espaços verdes como praças, jardins e parques.
Mas há vários grupos e instituições que trabalham para melhorar a mobilidade urbana de crianças e adolescentes, especialmente nesse período crítico. O Carona a Pé, criado há cinco anos pela professora Carolina Padilha, que se inspirou em outros programas similares que acontecem ao redor do mundo, estimula a caminhada à escola junto com pais e professores – uma forma de despertar adultos e crianças para a importância de andar a pé e construir uma nova relação com a cidade onde vivem. “Nesse período pós-pandêmico isso é ainda mais urgente, pois permite o isolamento necessário para conter a contaminação do vírus e tornar a mobilidade das cidades mais eficientes”, diz Carolina Padilha. Além disso, ela destaca, “o caminhar de uma criança é sempre cheio de descobertas, aventuras, aprendizados e uma maneira de se aproximar da natureza nas grandes cidades. Uma cidade boa para as crianças é uma cidade boa para todo mundo”.
Com o intuito de colaborar com o planejamento da reabertura das escolas quando houver condições sanitárias seguras, o programa Criança e Natureza, em parceria com outras instituições, vem discutindo com especialistas de diversas áreas as contribuições que a aprendizagem ao ar livre traz para a retomada das aulas presenciais. A ONG defende a educação para as crianças em espaços abertos, que, além de evitar o contágio da covid-19, ajuda a reconectar os alunos à natureza, com reflexos positivos em seu desenvolvimento integral e saudável.
Segundo estudos, o resultado da privação da vivência da criança e do adolescente em espaços abertos e naturais provoca efeitos sobre sua saúde e desenvolvimento. Obesidade, sedentarismo, baixa motricidade e até miopia são alguns dos efeitos relacionados à restrição de circulação e movimentação em áreas ao ar livre na infância e adolescência.
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Por Chantal Brissac da Redação.