Obra em três volumes conta a diversificada trajetória de São Paulo

Do Jornal da USP.

Histórias de São Paulo – Construções e Desconstruções é o título da obra que a Editora da USP (Edusp) lançou na última sexta-feira, dia 24, na Livraria Eiffel, em São Paulo. Com três volumes que somam 792 páginas, a publicação traz 47 artigos de diferentes autores, que abordam a trajetória da capital paulista desde a época colonial até hoje.

São Paulo em 1860, ao fundo a Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Foto: acervo ALESP.

Quatro pesquisadores são responsáveis pela organização dos volumes: Fernanda Sposito, Fernando Victor Aguiar Ribeiro, Joana Monteleone e Wilma Peres Costa. “Nesta obra, São Paulo é vista em suas diversas espacialidades e temporalidades: a vila colonial, a capitania, a província, o estado e a metrópole, que abriga mais de 12 milhões de habitantes”, escrevem os organizadores na apresentação. “Os volumes também expressam uma multiplicidade de temas, objetos e metodologias de análise, de áreas que vão da história ao patrimônio, à arquitetura e ao urbanismo.”

O volume 1 de Histórias de São Paulo é dedicado ao período colonial. Nele são tratados temas como violência, comércio, a situação dos indígenas, a atuação dos jesuítas e a escravatura. “Ao contrário de uma visão que imperou na historiografia de maneira hegemônica até os anos 1970, a São Paulo que adentra o século 20 não era uma capitania decadente que teria perdido sua relevância para a florescente Minas Gerais durante a primeira metade do século 18”, lê-se no prefácio desse volume, assinado por Fernanda Sposito e Fernando Ribeiro. “Foi justamente a infraestrutura paulista que tornou as Minas possíveis.”

Os três volumes de Histórias de São Paulo, obra da Editora da USP (Edusp): Fotomontagem: Edusp e Governo do Estado de São Paulo

No volume 2, os artigos tratam do período monárquico da história de São Paulo. Esses artigos questionam ideias consagradas pela historiografia tradicional sobre a cidade. Entre essas ideias está a noção de que o desenvolvimento da capital teria se dado mais fortemente a partir da década de 1870. Certos padrões de urbanização periférica já teriam se dado em período mais remoto, a partir do final do século 18, de acordo com o prefácio desse volume, de autoria de Wilma Peres Costa. “Ainda que não negue o marco ‘clássico’ de 1870” – escreve Wilma – “a incursão para períodos mais remotos permite valorizar certos movimentos já instalados.” Os bandeirantes, a ocupação das periferias paulistanas, a imigração germânica, o operariado, a prostituição e a urbanização são alguns dos temas tratados no livro.

Já o volume 3 aborda o período republicano de São Paulo. Ele traz artigos sobre a renovação urbana da cidade, a construção civil, os imigrantes, a cultura jurídica e consumo, entre outros temas. “São Paulo não é uma cidade fácil e seu estudo reflete essas dificuldades de percurso”, escreve a autora do prefácio, Joana Monteleone.

Serviço:

Histórias de São Paulo – Construções e Desconstruções, de Fernanda Sposito, Fernando Victor Aguiar Ribeiro, Joana Monteleone e Wilma Peres Costa (organização), Editora da USP (Edusp), três volumes, 792 páginas, R$ 82,00 (cada volume).

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