Para não ser refém de Hollywood, filmes via crowdfunding

A história do Maestro do Canão, outra de uma moradora de rua que sonha em ser artista. A trajetória de um dos ativistas virtuais mais importantes dos Estados Unidos. Histórias que nem sempre são contadas e que se tornaram filmes através da colaboração coletiva de pessoas, em uma plataforma online.

Mostra Internacional de Cinema Colaborativo apresenta estas e outras histórias e seus processos de produção para o público. Entre os dias 19 de setembro e 4 de outubro, a programação vai exibir diversos longas, com entrada gratuita. As sessões vão acontecer em quatro pontos da cidade de São Paulo: a Galeria Olido, no centro; MIS (Museu da Imagem e do Som), na zona oeste; a Casa de Cultura palhaço Carequinha, e no Parque Linear Cantinho do Céu, ambos no Grajaú, zona sul.

O cinema independente tem viabilizado diversas iniciativas através do crowdfunding, como ficou conhecido o processo de doação online e coletiva para diferentes projetos. As plataformas virtuais se expandiram e, hoje, o financiamento colaborativo é uma possibilidade para o cinema, responsável por produzir filmes vencedores de prêmios reconhecidos internacionalmente.

Em 2012, o filme independente ‘Inocente’ levou a estatueta de melhor documentário de curta-metragem. A produção foi financiada através do site Kickstarter, arrecadou U$ 52 mil através da doação de 294 pessoas, tornando-se o primeiro filme realizado através de financiamento colaborativo a vencer um Oscar.

O documentário conta a história de uma menina de 15 anos, que mora nas ruas de San Diego, na California (EUA), e sonha em se tornar uma artista. Narrado pela própria jovem, a trama acompanha a força da arte em sua vida no enfrentamento de dificuldades proporcionadas pela sua situação. A exibição do filme na Mostra acontece no dia 19 de setembro, no MIS, às 17h30.

Assista o trailer: https://youtu.be/008ZofyIRHo

Em entrevista à Vaidapé, o produtor executivo do filme, Susan MacLaury, conta como foi o processo para mobilização da campanha e as alternativas que surgem ao cinema independente com as plataformas de financiamento colaborativo:

Vaidapé: Como foi a campanha para levantar dinheiro para a produção de ‘Inocente’ através da doação voluntária de pessoas? Quanto tempo levou para a meta ser alcançada?

Susan MacLaury: Nossa campanha para o filme ‘Inocente’ no Kickstarter foi um sucesso. Nós conseguimos levantar dinheiro o bastante para atingir, passar a meta de U$ 50 mil e ainda pagar as taxas requeridas. Levou algumas semanas para arrecadarmos o dinheiro pedido.

Qual o aspecto mais difícil na campanha por crowdfunding?

Nossa campanha no Kickstarter levou alguns meses para ser criada. Nós tivemos sorte que os diretores puderam filmar e editar suas entrevistas, o que ajudou muito. Um dos aspectos mais desafiadores foi pensar em prêmios que as pessoas desejassem e que fossem também viáveis (nessas plataformas, são oferecidas contrapartidas aos doadores, normalmente em forma de prêmios). E, é claro, foi essencial (para o sucesso da campanha) postar atualizações semanalmente, para encorajar os visitantes do site e nossos doadores usuais a participarem da campanha.

Qual o panorama dos filmes produzidos através do financiamento colaborativo? Já representa uma alternativa às grandes empresas de produção cinematográfica?

O Kickstarter é uma possível salvação para cineastas pois promove outra fonte potencial de receitas durante o processo de filmagens. Em todos os estágios da produção. Isso colabora especialmente com a pré-produção ou o começo das filmagens, quando tende a ser muito difícil arrecadar dinheiro de fundações ou compradores.

 

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