Da Redação.
O MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, até 6 de agosto de 2023, a mostra Paul Gauguin: o outro e eu, que ocupa o espaço expositivo no 1° andar do museu. Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, Fernando Oliva, curador, MASP e Laura Cosendey, curadora assistente, MASP, a exposição reúne 40 obras, entre pinturas e gravuras, e discute de maneira crítica a relação do artista pós-impressionista com a ideia de alteridade e da exotização do “outro”.
O projeto, que inclui ainda o lançamento de um catálogo com ensaios inéditos e 151 imagens, enfrenta questões que por muito tempo foram deixadas de lado nas exposições sobre Paul Gauguin (Paris, França, 1848 – Ilhas Marquesas, Polinésia Francesa, 1903), especialmente o modo problemático como sua obra reforçou um imaginário sobre o “outro”, além das tensões entre sua biografia e a imagem que criou de si.
Gauguin realizou no Taiti suas pinturas mais conhecidas, representando tanto as paisagens do lugar, como seu povo e seus costumes. “Sua produção desse período suscita temas como as contestadas noções de primitivismo, um imaginário sobre o ‘exótico’ e os ‘trópicos’, e apropriação cultural; além de questões relacionadas à sexualidade, androginia e erotização do corpo feminino. Apesar de muitas vezes terem sido tomadas por reproduções fiéis da Polinésia Francesa, essas obras carregam em si as fantasias que um homem branco e europeu tinha de uma região considerada paradisíaca, intocada pela ‘civilização’ europeia”, analisam os curadores Fernando Oliva e Laura Cosendey.
Paul Gauguin: o outro e eu é a primeira exposição no Brasil a abordar de maneira crítica os conteúdos centrais da obra do artista, com foco em dois temas emblemáticos que emergem no conjunto apresentado no MASP: os autorretratos e os trabalhos produzidos durante sua permanência no Taiti (Polinésia Francesa), que se tornaram alguns dos mais conhecidos de sua trajetória.
O impacto causado por sua obra pictórica, que inaugurou um novo pensamento sobre pintura e apropriação de imagens, também repercute em suas escolhas de vida, que ainda hoje são motivo de debate, sendo determinantes para a visão criada sobre sua figura. A “genialidade incompreendida”, que o artista alegava, o não pertencimento a uma “civilidade” europeia, a entrega de sua pintura à visualidade de universos longínquos e pouco desbravados eram frequentemente performados pelo próprio artista.
“Como resultado de amplas pesquisas iconográficas, conhecemos inúmeras referências da cultura visual usadas por Gauguin – seu ‘museu imaginário’ – complementando aquelas que foram encontradas entre pertences do artista em seu ateliê após sua morte.
Nascido em Paris, Gauguin dedicou-se, sobretudo, à pintura, sendo considerado uma figura emblemática na história da arte por destacar-se das convenções pictóricas do século 19. Viveu parte de sua infância no Peru e foi somente aos 35 anos que passou a se dedicar exclusivamente ao trabalho artístico. Passou algumas temporadas em regiões da França, como Bretanha e Arles, onde conviveu com o artista holandês Vincent van Gogh durante os intensos meses em que dividiram um ateliê.
Frustrado com a cena artística da metrópole parisiense e passando por dificuldades financeiras, o artista nutria o desejo de partir em busca de outra experiência de mundo, na qual pudesse aliar sua pintura a um imaginário para além dos padrões da cultura europeia. Foi assim que Gauguin viajou ao Taiti, na Polinésia Francesa, em 1891 e, após um intervalo de dois anos em Paris, retornou ao Pacífico para lá permanecer até a sua morte, em 1903, nas Ilhas Marquesas.
Serviço
Paul Gauguin: o outro e eu
Até 6.8.2023.
MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand.
1° andar.
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista.
Telefone: (11) 3149-5959.
Horários: terça grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link MASP ingressos
Ingressos: R$ 60 (entrada); R$ 30 (meia-entrada).
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Com informações do MASP.