Antes do final do primeiro semestre deste ano, os motoristas paulistanos não precisarão mais procurar um estabelecimento credenciado para adquirir os talões e folhas para estacionar em uma das quase 40 mil vagas da Zona Azul espalhadas na cidade de São Paulo. Por meio de aplicativos para smartphones, o usuário poderá adquirir créditos digitais do serviço, no tempo e local onde precisa parar o carro, e terá a opção de renovar o período de permanência na vaga de estacionamento apenas usando o aparelho.A medida, além de coibir fraudes no serviço, como cópias de folhetos que são vendidas no mercado ilegal, garantirá mais conforto para o motorista.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima que, somente em 2015, o município perdeu mais de R$ 58 milhões em arrecadação por conta das fraudes. Em fevereiro, será lançado um chamamento público para credenciar empresas que queiram vender os chamados créditos digitais e, até junho, o novo serviço estará operando.
A ideia é que esses aplicativos, por meio de pagamento por cartões de crédito, vendam a Zona Azul ao usuário. O motorista encontra a vaga, verifica o número da faixa da quadra onde vai estacionar, que estará disponível na sinalização vertical da via, e adquire o crédito, informando os dados da placa de seu carro. Ela ficará registrada no sistema da CET, e o motorista não será multado pelo agente.
Atualmente, o usuário paga R$ 5 por período, que pode ser de 30 minutos a quatro horas – o tempo varia de acordo com a localização.
Ao adquirir o crédito no sistema digital, caso o motorista tenha, por exemplo, comprado o crédito mínimo de duas horas no Parque Ibirapuera, ele será comunicado pelo telefone celular quando o prazo estiver vencendo e poderá renová-lo por meio do aplicativo, sem precisar retornar ao veículo, comprar ou preencher um novo talão.
O novo sistema não extinguirá o atual, e os talões seguirão sendo vendidos nos pontos. O chamamento público, no entanto, preverá a comercialização de créditos digitais também nos estabelecimentos físicos, como bancas de jornais, assim como acontece com os créditos das operadoras de telefonia celular. A compra por esse meio também evitará problemas ao motorista, já que a placa do veículo também ficará registrada.
Segurança
A medida também coíbe a ação de flanelinhas que vendem paralelamente talões de Zona Azul, por vezes falsificados ou reutilizados, não dando segurança ao motorista sobre a validade do crédito. Apesar de contar com uma série de itens que identificam o cartão oficial, como numeração, holografia, fita adesiva, numeração microperfurada cônica, repetição de sequência numérica do tíquete sobre o holograma de segurança e código de verificação, os agentes de trânsito têm dificuldades para verificar se o talão é verdadeiro ou falso, porque as folhas ficam dentro dos veículos.
Em 2009, o município já havia feito um chamamento público para credenciar empresas para a venda de créditos digitais da Zona Azul, mas sistemas como o armazenamento de dados em nuvem ainda eram rudimentares na época, e a ideia não avançou. Após a adoção do crédito digital, a Prefeitura estuda avançar ainda mais no uso de tecnologia, como a compra de créditos do período exato utilizado e vagas monitoradas por GPS.
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Fonte: Secretaria Executiva de Comunicação.